O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quinta-feira, junho 25, 2020

AS MULHERES DEVIAM MOSTRAR OS SEUS ROSTOS


SER MULHER EM TODAS AS IDADES

′′ As mulheres têm outra opção. Elas podem aspirar a ser sábias, não apenas simpáticas; serem competentes, não apenas prestáveis; serem  fortes, não apenas graciosas; serem ambiciosas para si mesmas, não apenas em relação aos homens e as crianças. Elas podem deixar-se envelhecer naturalmente e sem vergonha, reagindo ativamente e desobedecendo às convenções que decorrem do duplo padrão desta sociedade sobre envelhecimento. Em vez de ficarem meninas o mais tempo possível, que amadureçam e  envelheçam humildemente e se tornem mulheres de meia-idade, assim elas podem tornar-se mulheres muito mais cedo - e permanecer adultas ativas, aproveitando a longa vida erótica de que as mulheres são capazes, por muito mais tempo. As mulheres devem permitir que os seus rostos mostrem as marcas das suas vidas. As mulheres deviam mostrar-se sempre  na sua verdade. Não me esqueço."

 Susan Sontag - O duplo padrão de envelhecimento (1972)

 

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