“Aquilo que o ocidente reprime na sua visão da natureza é o ctónico, termo que significa “da Terra”, mas das suas entranhas, não da superfície.” (Camille Paglia)
Muitas "espiritualidades" recentes (modistas) e novíssimos autores, procuram branquear a história e a realidade que é o apagamento global das qualidades intrínsecas das mulheres e lidar com a pseudo-emancipação destas como um dado garantido...para a "evolução" do ser humano como um todo, sem que a Mulher esteja na posse do seu mat(er)rimónio (não pat(er)rimónio), ou seja, da herança ancestral da linha matrilinear...que passa por uma consciência ontológica antes de mais. Uma ligação às suas raízes e a Terra. Que implica uma integração dos vários estereótipos em que ela foi dividida pelas religiões, vivendo ainda hoje completamente fragmentada ao nível da sua psique. Só quando a mulher deixar de viver alienada da sua natureza profunda (forças ctónicas, coração, útero sangue e ovários) poderá recuperar a sua verdadeira identidade e ser um ser autêntico na plena posse dos seus atributos. Até lá a mulher continua a ser o que o Homem e a "ciência" quer que ela seja...
Porque aquilo que o ocidente reprime na Mulher é …
A EMOÇÃO…
"A poesia é o elo de ligação entre a mente e o corpo. Na poesia, as ideias estão sempre enraizadas na emoção; cada palavra é uma palpitação do corpo. A multiplicidade de interpretações que um poema reflecte a tempestuosa incontrolabilidade da emoção, onde a natureza actua segundo a sua vontade. Emoção é caos. Qualquer emoção benigna possui um lado de negatividade. Daí que fugir da emoção para os números seja mais uma estratégia crucial do Ocidente apolíneo no seu longo combate ao Diónisos.
Emoção é paixão, um contínuo de erotismo e agressividade. O amor e o ódio não são opostos: a sua diferença é apenas entre mais paixão e menos paixão, uma diferença quantitativa e não qualitativa. Viver em paz e amor é uma das contradições mais notáveis que o cristianismo impôs aos seus seguidores, um ideal impossível e contra natura.” In Personas Sexuais de Camille Paglia
Sem comentários:
Enviar um comentário