(Um esboço de estudo - incompleto)
Estuda-se a Psique do Homem mas onde se estuda a Psique da Mulher sem ser através do pensamento-ideia que o homem tem da mulher?
É a temática de vida e a vivência da Mulher igual à do Homem - ou é de facto a temática de vida de uma mulher secundarizada, inferiorizada em tudo como sendo apenas ela um objecto de estudo - a neurotica a histérica, a louca - em que o homem investe e cria e recria à sua imagem?
Continua-se a estudar e a falar do Homem incluindo as mulheres, sem que contudo as mulheres se digam ou se conheçam, sem ter em conta a sua forma de sentir e ser diferente, tão diferente do homem, mas que o homem pensa a imagem do seu próprio o psiquismo?
Podemos ir para lá do drama judaico-cristão que colocou a humanidade em conflito entre a carne e espirito, instinto e razão e assim dividiu a mulher?
Essa dicotomia do bem e do mal que na mulher é expressamente agravada pela ideia de pecado, em que os inocentes são os homens e as culpadas as mulheres, segundo o Dogma e sem compreendermos os diferentes aspectos da Psique humana, dividida entre hemisférios - o masculino logico e racional e sem incluir o do hemisfério direito, feminino, intuição e emoção, aspectos da manifestação psiquica da mulher e que foram suprimidos ou desvalorizados na cultura e na ciência e que torna o drama da mulher tão particular?
Para a mulher tudo se resume a ser Mãe ou amante, ser pura e esposa ou ser pecaminosa e puta...isto é, ser sensual, sexual e livre e dona do seu corpo e do seu sexo - ou não se pensam ainda os homens com direito de legislar e decidir e ter opinião sobre o Útero e o sexo das mulheres ? - sim, os homens que querem todos ter uma Mãe imaculada e séria e jamais serem "filhos da puta", o anátema que pesa sobre as suas cabeças, porventura o mais grave e o seu poder secular de donos do corpo da mulher, donos dos seus filhos?
Tem a mulher duas dimensões de vida psíquica - uma, a busca do seu prazer de um lado e a outra, a luta pela adaptação à sua realidade específica de "mulher de", circunscrita ou prisioneira do lar, da casa e da família - situação muito diferente da do homem, que é sempre livre de ser individualmente e sexualmente o que ele quiser, enquanto que a mulher sofre dentro de si essa dicotomia da "boa - a santa, e a má - a puta", apenas definida pela sua sexualidade como uma anátema logo a partida presa ao seu corpo e desse modo sendo a grande vitima-culpada do mal de que é acusada subliminarmente em tudo o que é literatura, cultura e arte?
Onde está pois o drama existencial da mulher?
Onde está o estudo da mulher sobre a psique feminina?
Onde está a sua história por ela contada na literatura e na psicanálise?
E que homem é este, que conta a história da mulher, seja o poeta o visionário o psicanalista o filosofo ou o cientista senão o homem secular, racional, que idealiza e inventa uma mulher, que a culpa e a castiga - tal como "o homem Tolstoi cheio de aversão às mulheres, carregado de culpas, com a necessidade de expiar, de mortificar a carne." Qualquer juiz dos nossos dias condena a mulher adultera e a julga como culpada por sofrer violência doméstica, ilibando o homem.
Vivemos a História do HOMEM CULPADO, QUE CULPA A MULHER DA SUA CULPA OU QUEDA em quase todas as culturas e tradições, sobretudo os judeus que agradecem a deus não terem nascido mulheres?
Tem a mulher duas dimensões de vida psíquica - uma, a busca do seu prazer de um lado e a outra, a luta pela adaptação à sua realidade específica de "mulher de", circunscrita ou prisioneira do lar, da casa e da família - situação muito diferente da do homem, que é sempre livre de ser individualmente e sexualmente o que ele quiser, enquanto que a mulher sofre dentro de si essa dicotomia da "boa - a santa, e a má - a puta", apenas definida pela sua sexualidade como uma anátema logo a partida presa ao seu corpo e desse modo sendo a grande vitima-culpada do mal de que é acusada subliminarmente em tudo o que é literatura, cultura e arte?
Onde está pois o drama existencial da mulher?
Onde está o estudo da mulher sobre a psique feminina?
Onde está a sua história por ela contada na literatura e na psicanálise?
E que homem é este, que conta a história da mulher, seja o poeta o visionário o psicanalista o filosofo ou o cientista senão o homem secular, racional, que idealiza e inventa uma mulher, que a culpa e a castiga - tal como "o homem Tolstoi cheio de aversão às mulheres, carregado de culpas, com a necessidade de expiar, de mortificar a carne." Qualquer juiz dos nossos dias condena a mulher adultera e a julga como culpada por sofrer violência doméstica, ilibando o homem.
Vivemos a História do HOMEM CULPADO, QUE CULPA A MULHER DA SUA CULPA OU QUEDA em quase todas as culturas e tradições, sobretudo os judeus que agradecem a deus não terem nascido mulheres?
Será que os nossos dias apontam para uma diferença substancial quando se fala em emancipação e liberdade das mulheres? Não.
A ABOMINÁVEL REALIDADE EM QUE VIVEM AS MULHERES NO MUNDO...
Não podemos continuar a ignorar que vivemos numa sociedade Androcentrica e Falocêntrica, onde existem enormes pressões e pressupostos e conceitos sofre a inferioridade ou fragilidade da mulher assim como abundam conceitos e mesmo novas abordagens de cariz psicológica, sexual e até "espiritual" a corroborar essa inferioridade e sujeição (em nome da ciência até, como no parto em que são sujeitas a um sofrimento inaudito) e todos eles em detrimento da verdadeira natureza da mulher, da sua capacidade intrínseca e da sua própria verticalidade, sem ter em conta obviamente a sua divisão milenar (em duas - a santa e a prostituta, anátema que pesa a TODAS AS MULHERES INDEPENDENTEMENTE DE SEREM uma ou a outra) e a diria amputação da sua verdadeira identidade pelo poder patriarcal há centenas de anos...e que continua a acontecer nos dias de hoje é bastante gritante porque, como diz uma amiga:
TESTEMUNHO DE UMA MULHER LUCIDA
..."as mulheres, muitas vivem amarfanhadas, gerando doenças oportunistas que as levam ao sofrimento e à morte. Umas dentro da relação com quem as maltrata, agride, desrespeita. Outras há que ao tentarem sair desse círculo vicioso de sofrimento, de anulação e dissolução, acabam igualmente sendo agredidas e perseguidas pela própria família e restante comunidade onde estão inseridas. Nos meios mais pequenos ou médios a mulher só, é o bode expiatório de todo o homem e mulher que se encontre em estado de frustração (que é a grande maioria). Mesmo nas sociedades ditas matriarcais essa ignomínia acontece. E são justamente as mulheres cativas, conjuntamente com os homem impotentes, que viram todos contra a mulher só. Mesmo quando a mulher se destaca em árias "pertencentes" e avidamente reservadas aos homens. Aliás, a mulher só, experimenta essa ferocidade falocrática, contra si própria, com muita mais intensidade aí. Por ter conhecimento desta Abominável realidade é que Repudio Fortemente tudo e todos que ponham em causa a capacidade e autonomia da mulher."*
*Antígona - Becca Salles Casalinho
rlp
Sem comentários:
Enviar um comentário