O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sexta-feira, dezembro 10, 2021

CAMINHAR NA SOLIDÃO...



SOBRE O CAMINHO DO DESPERTAR...

Muito grata Rosa, pela partilha deste texto, sobre o caminho para o despertar... Na verdade (na minha óptica) não há despertar sem des-ilusão...implica um amadurecimento , há uma necessidade de despir de ilusões, para um olhar desperto para verdade e na luz do coração...estas des-ilusões conduzem ao caminho da plenitude no ser...e na verdade tudo o que des-iludimos e des-apegamos não nos faz falta ,nem nos serve ao propósito de cada um.
A dor, a solidão , a quebra de várias crenças, fantasias e ilusões...desfazer uma certa inocência , é o caminho necessário, diria (quase) "plutónico", para a maturidade , individualização , consciência e integração da totalidade...neste contexto feminino, surge no meu pensamento o mito de Perséfone...

Sinto também uma poesia nas travessias solitárias, dolorosas no caminho na travessia da profundidade das noites escuras do submundo...sinto também uma certa beleza nas aprendizagens, na transformação do resgate de luz e poder pessoal, que torna possivel o renascimento mais integrado , pleno, mais conectado com a essência e divindade e sacralidade dos processos...Além de que de certa forma sentimo-nos sozinhos , mas é apenas uma ilusão do sentimento de pertença e controlo do ser humano...na verdade sinto nos apenas peças cósmicas, e não visível, mas somos observados e de certa forma protegidos nessas mesmas travessias.
Obviamente numa sociedade actual, dissociada de si próprio e que encontra a sua identidade no consumo, no poder/posse, na gratificação, desejo e medo, tentativa de controlo e antecipação, da expectativa e a ilusão de realização dessa mesma expectativa...Desfazer tudo o que nos é incutido de forma social, educacional, geracional, e até de certa, forma ancestral porque atravessa séculos de crenças...O desapego, a desi-lusão é sentida de forma tremendamente solitária e dolorosa...e para a maioria sem visão e consciência cósmica
Um grande bem-haja pela abundância aqui partilhada

Elishaim-Carlota de Aragão Fernandes

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