O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

segunda-feira, dezembro 13, 2021

Non cogitat qui non experitur...




"A sabedoria do amor consiste na aprendizagem pelo sofrimento, do prazer nele contido.
 Ana Hatherly

Quando se entende a essência do sofrimento - é por isso que ele existe - e integramos a nossa quota parte dele podemos sentir o sofrimento dos outros e sentir compaixão e não apenas a dor...é como transmutar a dor em amor-conhecimento...
rlp


Aprender a viver sem as pessoas e os afectos é difícil...assim como é ainda mais dificil viver entre afectos, pois estamos todos/as envolvidos dentro de um quadro de relacionamentos muito vasto e a todos os níveis do convívio humano, seja no meio da família, emprego, escola universidade, e parece que só assim crescemos, no meio dos outros...Acho que ninguém pode fugir a isso...mas podemos à medida que consigamos entender o nosso sofrimento profundo - porque é que os outros nos afectam tanto e nos fazem sofrer desde que nascemos, e a saber depois se é deles ou nosso o problema?
Tudo porque desde que nascemos queremos o amor de alguém? Da mãe do pai do irmão e depois do namorado e amante ou filhos e netos? Não podemos fugir a isto porque é dentro de um contexto humano que também vamos aprendendo e superando aquilo que nos afecta nas relações em geral, é dentro delas que vemos o que nos move pelas carências e paixões e devaneios mas é através da consciência dos nossos complexos e traumas que podemos aprender a não depender tanto delas...Na verdade, e infelizmente, as vezes tarde demais, é que percebemos que sofremos porque passamos a vida a querer que as pessoas fossem como nós esperávamos, ou as coisas fossem como necessitávamos...
Contudo, quando se entende a essência do nosso sofrimento e solidão - e a razão porque ele existe - e integramos a nossa quota parte dele -...podemos então sentir como nosso o sofrimento dos outros sem que porém ele nos afecte porque esse sofrimento se evoluímos de verdade se transforma em compaixão e não ficamos limitados apenas à dor-prazer e ao ciúme-raiva...É como transmutar a prazer-dor-sofrimento em amor-conhecimento... 

Não, não sou uma daquelas pessoas que pensa que tudo tem de ser curado e que há terapias ou mezinhas e remédios para tudo. Prezo e respeito o sofrimento em si como expressão natural do meu ser a nivel fisico mental e animico, face a uma realidade vasta e por vezes confusa e caótica: uma realidade (tanto interior como exterior) tantas vezes dramática ou trágica onde nada é realmente como pensamos, sonhamos ou idealizamos e por isso respeito e suporto o meu sofrimento sem medo e no caso das outras mulheres em geral, eu respeito o seu sofrimento quase como uma coisa sagrada, sem o querer mudar ou apagar...
O sofrimento é uma forma de se conhecer e é importante para a Mulher se regenerar ao contrário do que apregoam as medicinas e "terapias" de consumo, atacando e alterando as mudanças naturais porque a mulher passa na adolescência maternidade e menopausa...
O sofrimento, no aspecto fisico, tal como a doença não é aleatório nem opcional, ele é uma manifestação natural que avisa e dá sinal do que está mal ou do que falta consciencializar...
Porque "No meio do sofrimento consciente existe já a transmutação. O fogo do sofrimento transforma-se na luz da consciência. O ego diz: "Eu não deveria ter que sofrer", e esse pensamento aumenta nossa dor. Ele é uma distorção da verdade, que é sempre paradoxal. A verdade é que, antes de sermos capazes de transcender o sofrimento, precisamos aceitá-lo conscientemente."
(...) Ekarte Tolle
Por isso digo que precisamos do sofrimento para evoluir, pois "Non cogitat qui non experitur" (não sente quem não experimenta).

rlp

2 comentários:

Raissa disse...

É isso que eu penso, psicologia é superestimada, as pessoas esqueceram os danos que ela causou no mundo...

rosaleonor disse...

Inventaram uma felicidade ficticia para andar tudo atrás e deu no que deu...na negação da vida que implica sempre o par de opostos...
abraço
rlp