O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

domingo, dezembro 26, 2021

NO NOSSOS DIAS...



"Nos nossos dias, em que tudo no Mundo, tal como uma conspiração demoníaca, ameaça em permanência a interioridade do homem e a sua própria valorização, extraindo-o (ou distraindo-o) de si mesmo, destruindo sua vida interior, como seu direito à possessão de um espaço, tempo e silêncio próprio, ou direito seu à possessão de uma personalidade própria e diferenciada – desde as formas delirantes de uma sociedade de produção, e consumo, até às formas exclusivamente sociais de relação pessoal, substituindo a vera comunhão, a fraternal, pela promiscuidade, vazia e destruidora – esta reapossessão do homem, será a maior conquista (ou reconquista) que agora nos nossos dias lhe urge efectuar."

"Nestes nossos dias, dado este perigo posto perante nossos olhos, e dado que as forças materiais foram impunemente e imprudentemente desencadeadas e manipuladas na sua prática, em alta tecnologia com aspectos de magia, entre as mãos de uma humanidade imatura e massificada e não por uma élite responsável, sabiamente controlada, tal como outrora, é sentida a premente necessidade de finalmente criar forças espirituais que contrabalancem, e limitem essas outras postas à solta num uso indiscriminado; e agora em acção altamente destruidora em toda a sua amplidão anárquica. Forças espirituais que cada homem por si e em si, numa sociedade futura necessariamente hierarquizada (tal como foi a sociedade indo-europeia a que pertencemos), deverá criar, readquirir no mais fundo do seu ser: unindo seu interior ao interior do mundo, como coração com coração. Reintegração suprema antropocósmica, tal como a que marcou essa nossa sociedade no passado, assim como todas as outras tradicionais. Em alta organização e não em massificação realizada pelo baixo, como a actual."

Dalila Pereira da Costa


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