OS INVASORES e a Europa Antiga
A ORDEM NEGRA QUE VEIO DO CAOS
O DESVIO NA EVOLUÇÃO CULTURAL
(...)
No núcleo do sistema dos invasores encontram-se a atribuição de mais valor ao poder de tirar a vida, em vez de a dar. Este era o poder simbolizado pela Espada “masculina” que, como atestam antigas gravações Kurgan em cavernas, era literalmente adorada por estes invasores indo-europeus. Pois a sua sociedade dominadora, regida por deuses - e os homens - guerreiros, este era o poder supremo.
Com o surgir destes invasores no horizonte pré-histórico - e não, como se diz por vezes, com a descoberta gradual, por parte dos homens, de que eles representavam também um papel na procriação - a Deusa, e as mulheres, foram reduzidas a consortes e concubinas dos homens. Gradualmente a dominância masculina, a guerra e a escravatura de mulheres e de homens mais delicados e “afeminados” tornou-se norma.
Quão fundamentalmente diferentes eram estes dois sistemas sociais, e quão cataclísmicas foram as mudanças normativas impostas por estes “isolados periféricos” - agora tornados invasores periféricos - resume-o a seguinte passagem de Gimbutas:
“ As culturas da Europa Antiga e Kurgan eram a antítese uma da outra. Os europeus antigos eram horticultores sedentários propensos a viver em povoamentos planificados. A ausência de fortificações e de armamento atesta a coexistência pacífica desta civilização equalitária que era provavelmente matrilinear e matrilocal. O sistema kurgan posto por unidades de pastorícia patrilineares, socialmente estratificada do em pequenos aldeias ou povoamentos sazonais, enquanto os seus animais pastavam em vastas áreas. Uma economia baseada na agricultura e a outra na pecuária e na pastoril produziram duas ideologias contrastantes. O sistema de crenças da Europa Antiga centram-se no ciclo agrário de nascimento e regeneração, encarnado no princípio feminino a Mãe Criadora. A ideologia kurgan, como conhecida a partir da mitologia indo-europeia, exaltava os guerreiros viris e heróicos oriundos do céu faiscante e trovejante. As armas não existem na antiga imagética europeia, ao passo, que, como todos os indo-europeus historicamente reconhecidos, glorificam o poder letal da espada afiada.”
In “O Cálice e a Espada” – Riana Eisler
Daí adveio a:
GUERRA, ESCRAVATURA E SACRIFÍCIO
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