VOLTAR À POESIA
Quando o sol é um sorriso desfazendo
A escuridão soturna,
Nos meus olhos, também amanhecendo,
É beijo aceso, a lágrima nocturna...
E quando a noite, espectro de outro mundo,
Por sobre a terra desce,
Todo o meu ser – tão pálido! – arrefece
E se torna sem margens e sem fundo...
Assim a minha vida é o fim das Cousas,
Seu estranho e fantástico destino!
As serras fragorosas
E o sol, astro divino,
Perdem-se no meu corpo em tempestade...
Meu corpo...ignoto mar;
Enlouquecida estátua de saudade,
A sonhar, entre nuvens, e a falar...
Que existe além de mim?
Silêncio, fria treva, solidão;
Um vago Azul sem fim,
A sombra da futura Criação...
TEIXEIRA DE PASCOAES
(1877-1952)
VOLTAR À RESPIRAÇÃO
"No canto secreto do coração há dois seres que bebem o vinho da vida no mundo da verdade. Aqueles que conhecem Brahman, aqueles que mantêm os cinco fogos sagrados e os que acendem o triplo fogo de Nachiketas, chamam-lhe "luz" e "sombra".
Possamos nós acender o fogo de Nachiketas, a ponte que atravessa até à outra margem onde não há temor algum, ó supremo e eterno espírito."
OS UPANISHADES
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