O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sábado, março 01, 2003

ALÉM DE MIM



VOLTAR À POESIA



Quando o sol é um sorriso desfazendo
A escuridão soturna,
Nos meus olhos, também amanhecendo,
É beijo aceso, a lágrima nocturna...
E quando a noite, espectro de outro mundo,
Por sobre a terra desce,
Todo o meu ser – tão pálido! – arrefece
E se torna sem margens e sem fundo...
Assim a minha vida é o fim das Cousas,
Seu estranho e fantástico destino!
As serras fragorosas
E o sol, astro divino,
Perdem-se no meu corpo em tempestade...
Meu corpo...ignoto mar;
Enlouquecida estátua de saudade,
A sonhar, entre nuvens, e a falar...
Que existe além de mim?
Silêncio, fria treva, solidão;
Um vago Azul sem fim,
A sombra da futura Criação...


TEIXEIRA DE PASCOAES
(1877-1952)




VOLTAR À RESPIRAÇÃO

"No canto secreto do coração há dois seres que bebem o vinho da vida no mundo da verdade. Aqueles que conhecem Brahman, aqueles que mantêm os cinco fogos sagrados e os que acendem o triplo fogo de Nachiketas, chamam-lhe "luz" e "sombra".

Possamos nós acender o fogo de Nachiketas, a ponte que atravessa até à outra margem onde não há temor algum, ó supremo e eterno espírito."


OS UPANISHADES



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