A DEUSA LUA E ESTA TERRA SAGRADA
"No centro do nosso país, a escolha das grutas naturais ou a construção das artificiais e das tholoi, teria pertencido ao sacerdócio de então, como detentor do conhecimento das correntes da energia telúrico-cósmicas atravessando o nosso solo e os pontos de seu cruzamento, como pontos máximos de sua concentração. Rede de correntes telúricas, por ela ligadas aquelas mais vastas e circundantes da rede cósmica: ou como sua projecção na terra. Seria o conhecimento desta estrutura energética, que teria marcado a nossa geografia sagrada.
Assim, nesta imortalidade telúrica e celeste, doada pala deusa-lua, fazendo-se no devir e ultrapassando-o através da sua dor e alegria, assumindo a terra e sublimando-a no céu, tentemos vislumbrar algo das origens da saudade.
(...)
Pareceu-nos que, tendo a saudade sua existência peculiar neste território e humanidade galaico-português, e sendo dele herdado, suas raízes afundariam na mais funda essência sagrada desse território e humanidade, como sua religião primeva;"
A SAUDADE
“A saudade pertencendo ao caminho da Lua, sua salvação é dada no mundo sublunar da transformação, do retorno cíclico da terra ao céu e do céu à terra, através da encarnação e reminiscências; tal ainda aquele regido e simbolizado pela serpente e pela espiral, (...)
Toda a estrutura da saudade pertencer à metafísica lunar: como nesta, a sua ideia central é a do ritmo, na sucessão e união de contrórios através do devir, por um dualismo solucionado numa integração final. (...)
(...)
Dalila L. Pereira da Costa, no seu livro “DA SERPENTE À IMACULADA”
"A GRANDE MãE"
"Ela é o centro da magia, do cântico mágico e enfim da poesia,
pois a situação extática da vidente resulta de ela ser dominada por um espírito que irrompe dentro dela, o qual se pronuncia a partir dela , ou melhor, que nela se denuncia e se manifesta, em forma de invocação rítmica e intensa.
Ela é a fonte de onde Odin obteve as runas da sabedoria, bem como a Musa,
a origem das palavras que fluem do âmago do poeta e sua anima inspiradora."
O SORRISO DE PANDORA
“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja.
Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto.
Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado
Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “
In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam
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