O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quarta-feira, fevereiro 22, 2006

Andei a dar uma volta pelos Blogues portugueses, uma enorme volta por todos os que se anunciam de maior qualidade até…
Os homens não dizem nada, isto é, entre a Política e os Partidos, as mulheres nuas ou artistas de cinema, modelos e o futebol, nada mais nos resta…
As mulheres, há duas ou três que fazem a excepção, o mais são as jornalistas e as do sistema que também só falam de política...e dos homens, claro.

Da alma? Qual o quê? Da alma lusitana ou da poesia, qualquer coisa de dentro, mais profunda ou mais lúcida…Já nem falo do coração que é coisa de poetas e de mulheres e essas nem falam de si, já não existem…
Queria qualquer coisa com sentimentos, estética ou inovadora…
NADA, ABSOLUTAMENTE NADA. É o estado da Nação…
Confesso que fiquei agoniada.



MILHÕES DE ALMAS SUBMISSAS...

(...)"E penso se a minha voz, aparentemente tão pouca coisa, não encarna a substância de milhares de vozes, a fome de dizerem-se de milhares de vidas, a paciência de milhões de almas submissas como a minha ao destino quotidiano, ao sonho inútil, à esperança sem vestígios. Nestes momentos meu coração pulsa mais alto por minha consciência dele. Vivo mais porque vivo maior. Sinto na minha pessoa uma força religiosa, uma espécie de oração, uma semelhança de clamor. Mas a reacção contra mim desce-me da inteligência..."


o livro do desassossego - fernando pessoa

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