“No Caminho da Serpente, Fernando Pessoa disse que ela liga os contrários verdadeiros (os pólos opostos e complementares) porque, ao passo que os caminhos do mundo são, ou da direita, ou da esquerda, ou do meio, ela segue um caminho que passa por todos e não nenhum. (...)
PORTUGAL,
RAZÃO E MISTÉRIO...
A Serpente, o Totem da Lusitânia.
À Lusitânia se chamou OPHIUSA, a Terra da Serpente.
Como escreveu Pinharada Gomes, a Serpente é o sinal remoto que nos introduz numa das geneologias a divinis do povo lusitano e dos seus valores religiosos.
A Serpente apresenta como símbolo do reconhecimento global a serpente enrolada, a boca tocando o rabo, denomina simbolicamente o universo do saber, a unidade do ser. (...)
A Serpente indica a gravidade e a esfericidade do universo, o saber de geonomia e o conhecimento dos elementos, patentes na simbólica da cruz celta.
“Que este símbolo nos ajude a entender melhor a evolução deste velho país, lançando movimentos universais cuja energia a certa altura parece extinguir-se ou transferir-se para o dinamismo de outros povos, mas retomando-os mais tarde a outros níveis para de novo relançar movimentos de teleológico alcance, assim exprimindo uma identidade complexa, entre o genial e o decadente, sobre um misterioso substracto profético e messiânico.”
“Portugal é um país marcado por um destino fulgurante, embora muitas vezes infeliz, um país encoberto pela incompreensão ou pelo estrangeiramento dos seus próprios filhos infiéis, o que foi notado por pensadores de outras nacionalidades, um país onde se situa no entanto um dos grandes pilares ou fundamentos da civilização humana. Esta verdade do Portugal profundo e encoberto não é porém acessível a todos, porque a terra e o espírito da terra não são patentes na visão de curto alcance, nas ambições limitadas e na constituição cultural e psico-sociológica que dominam as nossas classes políticas e “intelectuais” de hoje.
É no entanto do conhecimento e da compreensão ou da desocultação da sua realidade recôndita e recalcada, para além das visões sociológicas superficiais, que depende o seu futuro, o futuro de todos nós, não um futuro qualquer, em mediocridade complexa e imitativa, mas um futuro de renovada grandeza humana para a nossa pátria prometida.”
de António Quadros
“Da Serpente à Imaculada”
Dalila Pereira da Costa
“Representações ofídicas e astrais, como aqui(Portugal) das mais correntes nos dolmens deste período, nos poderá levar a supor que> a Deusa era já adorada e cultuada como rainha do céu e da terra, mãe dos vivos e dos mortos, num culto inseparável de fertilidade e funerário: ainda, com o seu poder de fazer germinar os grãos e ressuscitar os mortos, ele surgirá na época do domínio, sob o nome de Atégina.”
Sem comentários:
Enviar um comentário