O SORRISO DE PANDORA
“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja.
Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto.
Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado
Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “
In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam
quinta-feira, fevereiro 02, 2006
Ao colocar o estigma de prostituta sobre Maria Madalena durante séculos, a corrente ortodoxa da Igreja, sufocou e destruiu impiedosamente o Princípio Feminino na nossa civilização - perseguindo sacerdotisas e seguidores do culto da Deusa Mãe e da Natureza, enquanto ia apagando as referências históricas sobre a esposa de Cristo e o evangelho de Maria Madalena. A tentativa de Cristo e dos seus mais fiéis discípulos de restaurar o equilíbrio perdido, entre a Terra e o Céu, "estão presentes na história, nas artes, na literatura, nos simbolismos medievais e na mitologia," mas olhados como mitos e histórias sem nexo.
Para a Igreja de Roma era preciso destruir a Deusa Tríplice porque a integração e a interacção das três faces da mulher enquanto Mistérios impedia a difusão da sua visão dualista de bem e mal e para isso foi preciso fragmentar as mulheres em duas, dividi-las entre a santa e a puta, permitindo-lhe assim reprimir a mulher ou controlá-la através dos seus dogmas da “pecadora e da imaculada concepção”. Para isso era essencialmente preciso perseguir e destruir todas as reminiscências dos cultos Eleusianos cujos mistérios duraram mais de 2 mil anos e ainda se praticavam posteriormente em registos “folclóricos” das pessoas do campo…os pagãos. Deste modo a Igreja de Roma anulou completamente o acesso que a mulher tinha ainda à sua Sabedoria inata e à sua liberdade sexual como expressão do poder das forças da Natureza, ao mesmo tempo que “santificava” as deusas em devotas de Cristo.
Era preciso acabar com a Deusa em todas as suas facetas e amordaçar a mulher reprimindo o seu dom de cura e o aspecto iniciático do amor sexual como representante da Deusa, assim como a sua vocação para interpretar o Oráculo.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário