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Ao colocar o estigma de prostituta sobre Maria Madalena durante séculos, a corrente ortodoxa da Igreja, sufocou e destruiu impiedosamente o Princípio Feminino na nossa civilização - perseguindo sacerdotisas e seguidores do culto da Deusa Mãe e da Natureza, enquanto ia apagando as referências históricas sobre a esposa de Cristo e o evangelho de Maria Madalena. A tentativa de Cristo e dos seus mais fiéis discípulos de restaurar o equilíbrio perdido, entre a Terra e o Céu, "estão presentes na história, nas artes, na literatura, nos simbolismos medievais e na mitologia," mas olhados como mitos e histórias sem nexo.
Para a Igreja de Roma era preciso destruir a Deusa Tríplice porque a integração e a interacção das três faces da mulher enquanto Mistérios impedia a difusão da sua visão dualista de bem e mal e para isso foi preciso fragmentar as mulheres em duas, dividi-las entre a santa e a puta, permitindo-lhe assim reprimir a mulher ou controlá-la através dos seus dogmas da “pecadora e da imaculada concepção”. Para isso era essencialmente preciso perseguir e destruir todas as reminiscências dos cultos Eleusianos cujos mistérios duraram mais de 2 mil anos e ainda se praticavam posteriormente em registos “folclóricos” das pessoas do campo…os pagãos. Deste modo a Igreja de Roma anulou completamente o acesso que a mulher tinha ainda à sua Sabedoria inata e à sua liberdade sexual como expressão do poder das forças da Natureza, ao mesmo tempo que “santificava” as deusas em devotas de Cristo.
Era preciso acabar com a Deusa em todas as suas facetas e amordaçar a mulher reprimindo o seu dom de cura e o aspecto iniciático do amor sexual como representante da Deusa, assim como a sua vocação para interpretar o Oráculo.
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