O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quinta-feira, abril 13, 2006



"A aprendizagem da realidade sem rosto é dolorosa, assusta (porque destrói o ego) mas é uma aprendizagem que se faz"


Ser "vidente", fazer-se "vidente" de todas as maneiras, para chegar a ser conhecedor de si mesmo, da "alma universal".

Na alma reside o mistério. E vale a pena pagar todos os preços, mesmo o do crime, mesmo o da loucura, para se chegar a ele. Desvendar o mistério é chegar ao "desconhecido", e poder contemplá-lo e exprimi-lo é a suprema realização. O além ("là-bas") é o verdadeiro domínio do poeta, e a formalização dos conteúdos desse além a sua verdadeira missão." (...)

Y.K:Centeno

(...)
"O amor, explica Aristófanes, é a força que recompõe a primitiva natureza andrógina, reunindo dois seres num só e curando a ferida de que sofrem. A antiga natureza humana era um todo que reflectia o modelo cósmico do par céu-terra (o céu e a terra dos quais a lua e o andrógino tiraram as suas qualidades), pois nos mitos de criação a bissexualidade divina é o fenómeno mais espalhado. Como obbserva Eliade, "a androginia divina não é senão uma fórmula arcaica da biunidade divina"

in LITERATURA E ALQUIMIA
Y.K.Centeno

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