O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sexta-feira, abril 07, 2006

RECORDA-TE...

“Houve um tempo em que não eras escrava, lembra-te disso. Caminhavas sozinha, alegre, e banhavas-te com o ventre nu. Dizes que perdeste toda e qualquer lembrança disso, recorda-te...Dizes que não há palavras para descrevê-lo, dizes que isso não existe. Mas lembra-te. Faze um esforço e recorda-te. Ou se não o conseguires, inventa.“


Excertos de “O Livro de Lilith”
Bárbara Black Koltuv(Cultrix)

AS DUAS MULHERES NA MULHER
LILITH E EVA...


“A guerra entre Eva e Lilith alastra-se e atinge outro nível.
Eva pode ter suas necessidades satisfeitas numa relação. Lilith não pode. Ela tem de fugir. Ela não aceita a dependência nem a submissão. Ela não será acorrentada nem enjaulada. Ela precisa de ser livre, mover-se e mudar. Ela é o aspecto do ego feminino individualizado que só pode desenvolver-se no deserto, sem relacionamentos, sem eros e sem filhos.”
(...)


COMENTÁRIO:

Estes dois aspectos, a mulher submissa e obediente ao marido, e a mulher que se quer livre e viver de acordo consigo mesma, reflectem a Mulher cindida (em duas) pela sociedade patriarcal, e que na realidade se confrontam e lutam e tem ciúmes entre si nas situações opostas que ocupam na sociedade, agravando essa separação e criando antagonismos perniciosos para a própria mulher que vê na outra uma sua rival. Por sua vez nenhuma delas se concebe ou vê inteira, como se cada mulher se dividisse em duas e cada uma para seu lado, eternas inimigas uma da outra, uma pomba, outra serpente, uma imaculada e esposa e santa e a outra desgraçada, prostituta e marginalizada ...

Na realidade o inconcebível, haver dois tipos de mulher e inimigas uma da outra...
Tudo porque Deus criou a Mulher e o homem criou a p...

Acabar com essa cisão pela integração das duas (três) mulheres (e deusas), na mulher livre e consciente que sabe que ela é uma só e a sua natureza é una e reune todos os aspectos da sua feminilidade essencial, sem negar parte nenhuma do seu ser.

Só essa mulher integrada será livre e amante e capaz de assegurar um mundo diferente do que vivemos hoje.


(REPUBLICANDO)

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