NADA FICA DE NADA
Nada fica de nada. Nada somos.
Um pouco ao sol e ao ar nos atrasamos
Da irrespirável treva que nos pese
Da humilde terra imposta,
Cadáveres adiados que procriam.
Leis feitas, estátuas vistas, odes findas —
Tudo tem cova sua. Se nós, carnes
A que um íntimo sol dá sangue, temos
Poente, por que não elas?
Somos contos contando contos, nada.
14/02/1933
(Odes de Ricardo Reis)
há dias assim...
POUCO ME IMPORTA
Pouco me importa.
Pouco me importa o quê? Não sei: pouco me
[ importa.
24/10/1917
(Alberto Caeiro, Poemas Inconjuntos, 1913-15)
...AINDA OS CABELOS BRANCOS?...
Sem comentários:
Enviar um comentário