O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

segunda-feira, abril 17, 2006

“Era uma via de iniciação essencialmente silenciosa
que levava a um conhecimento do qual a expressão em palavras
não era nem necessária nem possível.”
K. (...)



Durante mais de dois mil anos os Mistérios Eleusianos foram a principal iniciação religiosa do mundo grego e não só. Não se tratava de uma crença nem de uma fé, mas de uma iniciação em que cada indivíduo que a vivesse podia aceder a outro nível de consciência e que por esse facto era transformado e não alienado como nas religiões actuais, em que o ser não faz mais do que crer e cegamente seguir um Dogma.

Nisso deferiam em essência e na forma os antigos Mistérios de Eleusis que abrangiam a Mãe e a Filha numa continuidade e não o Pai e o Filho como veio a acontecer na religião católica, que inverteu o princípio da Concepção original. Passando-a do plano terreno para o plano supostamente divino, apelando a um só Princípio, o masculino e denegrindo o acto de dar à luz tanto como o renascimento, quer espiritual quer físico, condicionando-o às regras da sua Igreja e condenando a mulher que fosse mãe fora das suas leis. Desse modo a Igreja retirou à Mulher e à Mãe o poder da concepção como acto maior, relegando ambas para o esquecimento e mais tarde condenando e perseguindo a mulher e o sexo como fonte do mal e que inicialmente era encarado como a força procriadora e a expressão vital da Natureza em comunhão com o Céu. Só tardiamente foi conferido à Virgem Maria o “dom” de conceber sem “mácula” porque por obra e graça do Espírito Santo.

rlp

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