O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sexta-feira, abril 28, 2006

Ah! Os Anjos...
Fala-se deles há milénios...




No círculo branco ele surge de repente, agitando uma bandeira em cada mão. Sua face oculta pelo capacete negro. Só, naquela luz brilhante da manhã. Surge e logo desaparece. Do fundo do negrume. Mas num tal júbilo. Como uma resposta. Que diz - “é assim”.
E depois, de tarde, na cidade a música que sobe da rua até cá a cima ao quarto. Repetindo, em confirmação.
Mas o fundo dos fundos, que foi mostrado de relance.
Como um dom. A mão estende ao fundo do poço, vigilante. E piedosíssima. Naquela pungente alegria; sinal secreto da sua verdade. Que diz – oculto, mas no fim, está o amor, semente do mundo. O coração eterno. Do mundo. Dos mundos.
Crescendo, em espirais…espirais sem fim.

(20-X-1964)

In AFORÇA DO MUNDO
Dalila L. Pereira da Costa

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