Refere-se a primeira à necessidade de que o "eros que constitui o instrumento da obra, não seja logo desejo sexual, avidez sexual, mas justamente amor, algo de mais subtil e vasto, sem polarização física, mas cuja intensidade não deverá ser menor. Poderei dizer-te também: tu deves desejar a alma, o ser do outro ser, tanto como se pode desejar o corpo". Partindo deste estado na relação sem contactos físicos "o Eros favorece-te o contacto fluídico e o estado fluídico por sua vez exalta o Eros.
Poderá assim, produzir-se uma intensidade-vertigem quase inconcebível para o homem e a mulher comuns. Amar-se e desejar-se deste modo, sem movimento, de forma contínua aspirando-se recíproca e vampiricamente numa exaltação que progride sem receio das possíveis zonas de vertigem. Experimentarás uma sensação de amalgamento efectivo, sentirás o outro em todo o teu corpo, não através do contacto, mas por meio dum abraço subtil que se sente em cada ponto e fica penetrado por ele como por uma embriaguez que se apodera do sangue do teu sangue. Isto conduzir-te-á ao limite, ao limiar dum estado de êxtase.
in "METAFÍSICA DO SEXO" de Julius Evola
O SORRISO DE PANDORA
“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja.
Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto.
Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado
Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “
In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam
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