O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

segunda-feira, fevereiro 05, 2007

O CÚMULO DA HIPOCRISIA DO "NÃO"

"AINDA ESTAMOS A TEMPO DE SALVAR MUITAS VIDAS"...

Essas vidas são os fetos? Ou são as crianças mais tarde abandonadas pelas mães e violadas pelos pais e pelos padres, são os filhos indejados das mulheres sem direito a opção, sem direito à palavra, ignorantes e fora da sociedade, FILHOS DE DROGADOS E MARGINAIS, DE PROSTITUTAS.

São esses os filhos que os do NÂO querem salvar, para poder ter pena dos pobrezinhos e dos desgraçados e serem muito católicos...porque quando eles nascem já não querem saber e estão-se nas tintas para as mães...
Eu não posso dizer que sou contra ou a favor do aborto, porque não existe verdadeiro sentido nisso! Não se pode ser contra ou a favor de uma coisa que é anti-natural, que foi gerada pela sociedade e pelo abandono a que as mulheres são votadas há séculos pela sociedade patriarcal. Não se pode ser contra a vida nem contra ou a favor da morte...Porque é a sociedade e os homens e as suas leis que criaram as situações de crime em que uns o praticam e outros o julgam, mas todos são criminosos!!!
De qualquer modo e à partida se há vidas a salvar é a das mulheres, disso não me restam dúvidas, e ninguém está a votar a liberalização do aborto pois isso não existe e de qualquer forma enquanto as situações de miséria e abandono, de incúria e ignorância no desprezo manifesto até nos partos que médicos e homens em geral têm pelas mulheres, elas serão sempre as únicas e as primeiras vítimas do "NÂO" à despenalização.
(…)” era previsível a comparação do aborto à "pena de morte" ou as mulheres que abortam a "assassinas" ou ainda a difusão da teoria de que a prática do aborto, caso seja despenalizada, será igualzinha à moda do telemóvel, tese popularizada pela eminência do "não" João César das Neves. Para quem esperava o pior, o pior não surpreende. Se Salazar está em vias de ser eleito o melhor português de sempre, é não conhecer o País imaginar que as coisas podiam correr melhor. Isto é isto. É isto - mal de quem o ama (ou não se livra).” (…) Ana Sá Lopes in dn

Se Salazar for eleito o melhor português de sempre veremos a plenitude dos seus frutos germinados como um virus incubado que se revela mais tarde, o virus do medo e do terror na tortura e na censura, no despotismo e na Ditadura. Veremos o saudosismo da estagnação portuguesa, a incapacidade de olhar a realidade. Veremos o medo da liberdade da pequena burguesia agarrada aos seus Bancos e dos aldeões aos seus parcos bens, atacados por ladrões e roubados por emigrantes, e que Salazar não deixaria garantem, que isso acontecesse…Veremos a realidade portuguesa a nu, a paz podre, a ignorância, e a mentira, a hipocrisia, sem as tinturas das ideologias a martelo, nem as democracias de meia tijela que nos iludiram durante trinta e tal anos ao som dos tambores e da verborreia de intelectuais engenheiros e de políticos sapateiros, SALVO SEJA A HONRA DOS SAPATEIROS.

Portugal não mudou nada de verdade! Porque não houve nunca verdadeira democracia, não houve nunca uma educação séria ou uma evolução na construção real do carácter, uma formação cívica, mas luta de poderes, libertinismo ou oportunismo em todos os sentidos, político e social, sexual e religioso, se quisermos. Houve cada vez mais, cada um faz o que quer e EU agora já mando!
Houve a negação do SER PROFUNDO…do poeta e da mulher...
Somos agora livres de dizer o que pensamos, mas só dizemos asneiras: não sabemos pensar nem ninguém é verdadeiramente honesto para o reconhecer. Vivemos no País de faz de conta, das aparências é que contam, das gaffes, das fífias, das mentiras e das intrigas, da corrrupção…

O que houve em Portugal foi a grande demagogia das ideologias e a vaidade ou ingenuidade de homens que lutaram talvez, que até foram presos pelo ditador, mas que se deixaram prender nas malhas do seu próprio ego e da vaidade pessoal triunfante nas lutas partidárias e de poder. Os homens são sempre cegos pelo PODER...
Depois veio a "Europa" com a sua decadência intelectual e política, o dinheiro fácil, centros comerciais, com jardins suspensos...a vender marcas, televisores e vídeos em barda, consumo de ideias e ideais de plásticos, romances ligths, blá, blá, blá, muito, filmes de terror a alimentar a população, carros, muitos carros a invadir o esfalto, cimento armado, betão por todo o lado...

Muitas estradas e pontes para Salazar...

Houve e há pessoas sem estatatura humana nem sabedoria a fazer a opinião pública, pessoas sem integridade, que só pensam no dinheiro, na carreira e no triunfo (dos porcos) filhos deste e daquele, filhos da mãe e do pai, do tio e da tia...
O que vemos, é uns gabarolas, outros arrogantes ou frustrados, a fazer de ministros, de deputados, de intelectuais e professores e ainda de juizes e de advogados do diabo…

POR TUDO ISTO É NATURAL QUE VENÇA A HIPOCRISIA E O MEDO, QUE REVELA O ESTADO DA NAÇÃO PROFUNDA, E AS SUAS RAÍSES SALAZARENTAS...


RLP

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