O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

segunda-feira, fevereiro 26, 2007

A Mulher e o seu Mistério


Esse mistério da mulher é mais do que a sua "dupla" natureza, e corresponde no fundo apenas à mulher inteira, diferente daquela que vive cindida a dicotomia da santa e prostituta, estabelecida pelo preconceito religioso que reside precisamente em dividir a mulher em duas dentro de si própria nos aspectos que a tormam integra: sensualidade e doçura, maternidade e erotismo, numa alteridade desses mesmos aspectos e nunca nessa cisão da sua natureza que foi o que as religiões patriarcais fizeram ao longo dos séculos e parece continuam a querer impor!

Separar a mulher da sua sensualidade em função de uma quase casta ou forçada maternidade cria um fosso e uma enorme divisão e luta interior, nas opções das mulheres que são obrigadas a corresponder aos esteriótipos que lhes preconizaram há séculos: ser a esposa fiel e frígida só para procriar ou a prostituta suculenta...só para descarregar a raiva ou vampirizar!

No ocidente em geral o homem casa com uma só mulher "sem sexo" - até há pouco nem se podia divorciar...- apenas como procriadora a mãe dos filhos e depois tem a prostituta que corresponde ao seu imaginário da fêmea, normalmente uma espécie de travesti! - para imitar ou conspurcar com o seu desejo de macho sórdido ou pornográfico...
No Oriente os homens têm logo à partida várias mulheres, a primeira esposa e as concubinas...todas elas fechadas em casa; enquanto que os ocidentais têm as prostitutas nos Bares, no Bordel ou na rua à deriva ...
Há alguma diferença?
Há, as mulheres ocidentais ganham mais dinheiro... e as orientais talvez só pancada...mas todas são inferiorizadas e maltratadas. Depois há os filhos não legítimos e há os filhos da puta...e esses são a grande maioria dos homens que neste mundo usam a violência e fazem as guerras. São esses os fanáticos de todos os géneros, os que vimos a vociferar contra a sua liberdade nos púlpitos e nos ecrans, fruto dessa divisão (seja da mãe santa, seja da mãe p...) de que a primeira vítima é a mulher e a criança...

Paradoxalmente o homem é o grande mutilado dessa divisão da grandeza da mulher como ser Total e da qual foi privado ao longo da sua vida como filho e amante, pois é filho e amante de só metades de mulheres fragmentadas...cada uma para o seu lado, sacrificadas à Ordem Negra do mundo.
rlp

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