O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quarta-feira, novembro 21, 2007

AS TELENOVELAS E O ÓDIO ENTRE AS MULHERES


A GLOBO E A ALIENAÇÃO GLOBAL...

Duas magníficas actrizes brasileiras estão a representar na nova fotonovela da noite na sic – os papéis respectivamente o de esposa e de amante de um homem que acaba de morrer. A esposa rica e senhora da situação económica e social, a que detém o nome do professor, e a pobre coitada desvairada da amante, adúltera e ainda por cima responsável por essa conduta da morte do próprio pai é agredida e enxovalhada por todos enquanto fala do seu grande amor pelo amante e de como ele a preferia á esposa…
O monólogo dramático totalmente disparatado e desfasado é no mínimo constrangedor e absurdo porque falso, feito face á dama vestida de negro e de óculos escuros é patético e de vómito…De facto acaba a cena com a dama de negro a vomitar sobre o caixão do marido enquanto a “outra” chora convulsivamente.
Então a esposa abandonado o caixão com o seu vomitado, para ir ao cabeleireiro, e dirige-se à “outra” e dizendo que é pena ela não morrer já ali de desgosto pois vão ter de se ver e odiar uma outra para o resto das suas vidas.
Esta é uma cena em grande de uma telenovela que vai ser vista em Portugal e no Mundo subdesenvolvido como o já foi no Brasil por milhões de mulheres…

- Milhões de mulheres que vão continuar a ver na sua vida diária cenas de ódio secular entre a esposa e a amante…o ódio e a competição entre estes dois estereótipos religiosos, modelos da nossa sociedade cristã é um veneno diário e dado a gotas para manter essa divisão da mulher em duas…para manter essa separação e ódio entre as mulheres!
A má reputação da família da mulher que tem um amante e a morte do patriarca por vergonha da filha ser amante de um homem casado é tipicamente fruto da moral católica…A desgraça da mulher e o sofrimento desta e o abandono a que é votada também.
E é este o enredo de uma nova e moderna telenovela com elencos de luxo…
É este o lixo “cultural” que as mulheres absorvem todos os dias: o instigar do ódio milenar entre as mulheres e a sua divisão em duas…
Isto é só um exemplo flagrante entre muitos outros que não vemos mas a cada minuto nos devastam e dividem…na santa e na puta!
rlp
NOTA: como é óbvio a foto não é de nenhuma das actrizes brasileiras...

4 comentários:

Lealdade Feminina disse...

As novelas são tão patéticas que fica até pedagógico explicar como funciona o patriarcado... Seria melhor ainda se as mulheres que assistem tivessem essa consciencia, essa visão crítica face ao que veem, e assim entenderiam de uma vez o absurdo da situação... eu tbm vi a novela e pensava, olha ali, é onde falta a lealdade feminina... olha a filha ficou do lado da mãe, essa teve lealdade feminina... quase que dá pra usar num workshop, é mesmo fácil visualizar como o patriarcado funciona, é caso de usar a munição do "inimigo" contra eles mesmos...rs...(eu adoro novelas, brasileiras, se bem que as portuguesas tbm são boas, mas muito mais dramaticas, as nossas são mais cômicas, vomitar sobre um caixão, é de morrer de rir...rs...)
novela é pra mim mais ou menos como uma meditação, guardadas as devidas proporções, vejo a novela e me abstraio de tudo... fico zen... me relaxa... claro que eu vejo as coisas com consciência e visão crítica, mas tbm tem gente que medita e nem sabe o que é isso, faz só por modismo... enfim... beijos e mais beijos...

Marian - Lisboa - Portugal disse...

recuso-me a ver novelas... (rss)
sempre que passo em zapping está invariávelmente alguem aos gritos, a chorar ou a intrigar, e eu acelero o zapping: é aberração a mais para o meu gosto e uma dose extra de mal-entendidos ou de como-as-coisas-jamais-deveriam-ser-feitas em dose extra pela cabeça abaixo... dispenso e substituo com vantagem.opinião pessoal.

Marian - Lisboa - Portugal disse...

recuso-me a ver novelas... (rss)
sempre que passo em zapping está invariávelmente alguem aos gritos, a chorar ou a intrigar, e eu acelero o zapping: é aberração a mais para o meu gosto e uma dose extra de mal-entendidos ou de como-as-coisas-jamais-deveriam-ser-feitas em dose extra pela cabeça abaixo... dispenso e substituo com vantagem.opinião pessoal.

Anónimo disse...

A Juliana tem alguma razão e percebo a sua prespecta, mas hoje em dia tal como a Marian não consigo seguir nenhuma! Aliàs toda a televisão é macabra e os filmes de terror sinistros. Dias depois de chegar do egipto abri a televisão, fiz um zapping e fiquei aterrorizada!Parecia que era um mundo maléfico...abraço às duas
rleonor