O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

domingo, novembro 18, 2007

RESPOSTA À JULIANA

Infelizmente, não é uma questão de escolha, ser ou não ser traficada ou violada! Essa suposta "liberdade de escolha", que certas mulheres arrogantemente pensam ter é só mais uma armadilha em que as mulheres caiem quando pensam que são livres de escolher a sua vida só porque enxertam nelas uma espiritualidade qualquer, seguindo meditaçãoes, mestres e gurus e receitas alternativas, mas sem tratar da sua ferida primeiro, sem antes saberem quem são... sem consciência da sua essência feminina profunda. E depois quando têm de repente um cancro ou outra doença qualquer, ficam muito espantadas e entram e depressão e não compreendem porquê se são tão espirituais...
Ninguém chega à LUZ sem primeiro passar o portal do seu inconsciente e atravessar a escuridão da sua caverna e olhar nos olhos a sua própria sombra.

Siga apenas a sua intuição e ninguém em particular...sinta com o coração e diga sem receio o que sente! Não se importe com as "iluminados"...seja apenas mulher interior e seja terra e corpo e vida instintiva antes do mais! Você é jovem ainda..eu já sou velha...e todas nós temos de passar por estas 3 fases da vida de todas as mulheres tal como a Lua...
A jovem Perséfone é diferente de Deméter e mais ainda de Hecate.
Siga as três Deusas dentro de si e seja primeiro uma mulher inteira!


Na sociedade falocrática
AS MULHERES NÃO TÊM ESCOLHA!

Verdadeiramente as mulheres não têm escolha! e nem mesmo os homens que fazem as leis a têm, pois somos todos condicionados muitas vezes até no Útero da Mãe...Somos feitos para cumprir papéis na sociedade e na família e educados ou limitados por estreitas normas de conduta, ditas morais e religiosas ou mesmo filosóficas, que nos forçam a ser espécies de robots numa sociedade toda ela controlada por padrões de aprisionamento global, em que a Visão da realidade não passa de um amontoado de coisas aprendidas de cor e recitadas como papagaios e chamamos a isso conhecimento ou cultura...

O Ser Humano todo ele vive e nasce já prisioneiro no Sistema em que cresce e é "educado" ao adquirir conhecimentos que o amarram à norma estabelecida pelos detentores de poder nas sociedades vigentes. Dominado por ideologias e religiões é mantido na ignorância de planos superiores, ele próprio condenado a pecador por culpa da eva...

Os homens já aceitaram a escravidão de outros homens e mulheres como uma realidade natural e continuam a aceitar ainda hoje a sujeição da mulher ao homem como uma coisa normal. A sexualidade da mulher posta ao serviço desses padrões quer no plano da instituição burguesa cristã ou do estado, através da reprodução por via do casamento ou a prostituição da mulher para dar prazer ao homem comum e para servir de catarse à violência reprimida do homem que advém da exploração laboral e frustração social.Tal como no Velho Testamento uma tribo aferece as suas mulheres em sacrifício para que o inimigo não ataque o homem irmão a mulher aí é dada como refém para atenuar essa violência que recai sobre ela e assim há seculos e séculos de formas consentidas e mais subtis na sociedade moderna. Tudo isto se mantem no inconsciente colectivo e é da mais e é da mais elementar psicologia.

Agora que sejam as próprias mulheres que se julgam livres que passam por cima desta realidade profunda e que nos afecta a todas nós no nosso corpo astral e emocional, e não compreendam que mesmo que não seja no nosso corpo físico, a violência sobre as mulheres diz respeito a todas nós, pois se não a sofremos nós na pele, sofremo-la na alma e é por isso que eu não perdoo às mulheres que se julgam num quaquer caminho espiritual e pretendem que todas as mulheres podem escolher a sua vida e libertar-se sem ir fundo da questão que é unir as duas mulheres cindidas em si mesmas!

Lamento profundamente que as mulheres que continuam a aceitar essa divisão social e psicológica da "outra" mulher não possam ir mais fundo na sua ferida ancestral e deixam de por pensos rápidos na ferida superficial que é a afirmaçãozinha egóica de se ser espiritual, terapeuta ou curadora e saber de muitos mestres e receitas tipo "canja de galinha para o espírito", sem se curar verdadeiramente a si mesmas.
A espiritualidade não é nem nunca foi uma prática aleatória seguida com um manual de instruções, nem meras técnicas de meditação, nem ninguém atinge um estado superior de consciência sem primeiro integrar a sua dualidade e ir para além da sua sombra e isso acontece depois de esta estar bem integrada e onde a escolha é outra!
As mulheres que sem alcançarem esse grau de integração se julgam livres de escolher que se enxerguem primeiro na sua dualidade e curem primeiro a ferida da Mulher prisioneira em si mesma e deixem de servir o seu ego ferido ao afirmarem-se pela via de uma qualquer superioridade "espiritual" ética ou moral...que não têm!
rlp
"A escolha abre ou fecha a porta do Templo, lá onde a Luz sem sombra revela a origem do mundo binário, obra das antinomias."

2 comentários:

Lealdade Feminina disse...

Rosa Bebé... não somos nem novas nem velhas demais... estamos todas na mesma estrada... ou na mesma fila, como dizia a minha avozinha querida, que fazia anos hj se ainda estivesse cá... eu tbm já fiz e falei muita abobrinha... pq não nascemos sabendo tudo... e cada uma tem seu tempo de amadurecimento... e algumas não querem mesmo ver nada... não podemos ajudar quem não quer ajuda, mas como disse no blog temos de ser tolerantes diante da ignorância das outras, todas nós somos ignorantes n'alguma coisa... as vezes ficamos zangadas, passadas... mas depois sabe o que eu vejo, um grande medo de ver meu mundo desmoronar, de ver que eu estou fazendo tudo errado, que comprei um bilhete p ser feliz pra sempre e isso é tudo mentira... é um pânico de ter de acordar, de ter de enfrentar as desilusões... e as mulheres vão ficando agarradas a isso, a essa escravidão pq não podem "sair de dentro da caverna" patriarcal, acham que o que está fora é mau qdo é absolutamente o oposto... saimos da caverna do patriarcado e descobrimos a verdadeitra vida, e voltamos à Terra, à Mãe Terra, e vemos a luz... é apenas isso... eu sei pq eu já passei por isso uma vez, mas tive mais sorte... preferi me perder e perder o chão, do que viver mentindo p mim mesma... Isso é uma escolha, mas essa escolha é difícil de fazer...

Ná M. disse...

ROSA, QUERIDA. QUE LINDO TEXTO. ESTOU UM POUCO AUSENTE PORÉM POR BOAS RAZÕES. FIQUE NA LUZ DA DEUSA.