Perseguida na Índia:
Escritora Taslima Nasreen forçada a sair de cidades...
A escritora do Bangladesh Taslima Nasreen, que vive exilada na Índia, está a ser forçada a sair das cidades por pressão de grupos islamitas que a querem ver expulsa do país, pelas suas alegadas blasfémias contra o Islão.
Hoje mesmo, a polícia obrigou a romancista - conhecida como «a Salman Rushdie do Bangladesh»-- a deixar o Rajastão, norte da Índia, onde se tinha refugiado na véspera, depois de ter sido coagida a sair de Calcutá, a maior cidade do leste indiano, cenário, quarta-feira, de incidentes provocados por islamitas.
«Ela chegou sem avisar. Então, por razões de segurança, o governo pediu-lhe que se fosse embora», explicou o ministro regional do Interior, Gulab Chand Kataria.
Taslima foi escoltada até ao estado vizinho de Haryana, na fronteira com o território federal de Nova Deli, e recusou dizer se tenciona refugiar-se na capital.
«Estou sob grande pressão psicológica. Não me sinto bem. Não estou em condições de falar, estou esgotada», confessou, em contacto telefónico com a agência oficial Press Trust of India (PTI).
Os hotéis do Rajastão recusaram, quinta-feira à noite, dar abrigo à escritora, que acabou por dormir num «local privado» em Jaipur, a capital do Estado.
Taslima foi levada para o Rajastão na sequência de uma violenta manifestação de 5.000 islamitas em Calcutá contra a sua presença na capital de Bengala Ocidental, onde vive exilada e onde se fala o bengali, como no Bangladesh.
«Não tenho para onde ir. A Índia é a minha casa e eu gostaria de ficar aqui até morrer», disse há dias ao diário The Hindu.
O partido nacionalista hindu Bharatiya Janata (BJP) acorreu em socorro da escritora, de 45 ans, que, na opinião de um dirigente, Yashwant Sinha, citado pela PTI, está a ser «tratada como uma bola de futebol».
Em 2005, Nova Deli recusou conceder-lhe a cidadania indiana. O seu visto de residente estrangeira expira em Fevereiro de 2008, segundo a imprensa.
Taslima vive no exílio entre a Europa, os Estados Unidos e a Índia desde que foi ameaçada de morte pelos islamitas do Bangladesh em 1994.
Em Março, um grupo islamita do norte da Índia prometeu uma recompensa pela sua decapitação e, em Agosto, foi agredida publicamente por militantes muçulmanos em Hyderabad, no sul do país.
Posteriormente, foi julgada na Índia por ofensa ao Islão. Poderá ser condenada a três anos de prisão por «ter provocado a discórdia, o ódio e a aversão» entre grupos religiosos.
Diário Digital / Lusa
23-11-2007 12:27:00
Hoje mesmo, a polícia obrigou a romancista - conhecida como «a Salman Rushdie do Bangladesh»-- a deixar o Rajastão, norte da Índia, onde se tinha refugiado na véspera, depois de ter sido coagida a sair de Calcutá, a maior cidade do leste indiano, cenário, quarta-feira, de incidentes provocados por islamitas.
«Ela chegou sem avisar. Então, por razões de segurança, o governo pediu-lhe que se fosse embora», explicou o ministro regional do Interior, Gulab Chand Kataria.
Taslima foi escoltada até ao estado vizinho de Haryana, na fronteira com o território federal de Nova Deli, e recusou dizer se tenciona refugiar-se na capital.
«Estou sob grande pressão psicológica. Não me sinto bem. Não estou em condições de falar, estou esgotada», confessou, em contacto telefónico com a agência oficial Press Trust of India (PTI).
Os hotéis do Rajastão recusaram, quinta-feira à noite, dar abrigo à escritora, que acabou por dormir num «local privado» em Jaipur, a capital do Estado.
Taslima foi levada para o Rajastão na sequência de uma violenta manifestação de 5.000 islamitas em Calcutá contra a sua presença na capital de Bengala Ocidental, onde vive exilada e onde se fala o bengali, como no Bangladesh.
«Não tenho para onde ir. A Índia é a minha casa e eu gostaria de ficar aqui até morrer», disse há dias ao diário The Hindu.
O partido nacionalista hindu Bharatiya Janata (BJP) acorreu em socorro da escritora, de 45 ans, que, na opinião de um dirigente, Yashwant Sinha, citado pela PTI, está a ser «tratada como uma bola de futebol».
Em 2005, Nova Deli recusou conceder-lhe a cidadania indiana. O seu visto de residente estrangeira expira em Fevereiro de 2008, segundo a imprensa.
Taslima vive no exílio entre a Europa, os Estados Unidos e a Índia desde que foi ameaçada de morte pelos islamitas do Bangladesh em 1994.
Em Março, um grupo islamita do norte da Índia prometeu uma recompensa pela sua decapitação e, em Agosto, foi agredida publicamente por militantes muçulmanos em Hyderabad, no sul do país.
Posteriormente, foi julgada na Índia por ofensa ao Islão. Poderá ser condenada a três anos de prisão por «ter provocado a discórdia, o ódio e a aversão» entre grupos religiosos.
Diário Digital / Lusa
23-11-2007 12:27:00
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