O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

domingo, novembro 18, 2007

O GRANDE FEMININO


A DEUSA COMO DESTINO E ORIGEM


"Muito tempo depois do patriarcado se haver tornado dominante em todas as esferas, ainda encontramos a concepção matriarcal, segundo a qual os céus e os mundos giram em torno da “cavidade” – O Grande Feminino -, de onde se origina a vida. E na Índia, em plano superior, a imortalidade é obtida a partir do mar de leite feminino”batido”, a respeito de que se diz:

“A água é o leite vital do corpo do mundo, e o espaço cósmico é um mar de leite”.
Agora que já temos uma noção razoável do amplo escopo do Grande Feminino, que na verdade abrange quase tudo – céu, água e terra, e até fogo – na forma de filho por ele gerado e nele contido -, compreende-se por que esse Feminino não pode ser identificadoem hipótese nenhuma, com o telúrico-ctônico, com o meramente terreno e inferior, no que tanto insiste posteriormente o mundo patriarcal masculino, com suas religiões e filosofias. A totalidade do Grande Feminino vai muito mais além da projecção em que ela une os elementos terra, água, ar e fogo. (...)

Entre as experiências mais impressionantes da humanidade estão aquelas relacionadas com a dependência que todos os corpos luminosos e todos os poderes celestes e deuses têm da Grande Mãe, bem como a sua ascensão e seu declínio, o seu nascimento e a sua morte, a sua transformação e a sua renovação. Não só a alternância noite-dia, mas também a mudança dos meses, das estações e dos anos estão subordinados à omnipotente vontade da Grande Mãe.”


In A GRANDE MÃE – ERICH NEUMANN

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