O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

terça-feira, fevereiro 19, 2008

ÀS VEZES HÁ HOMENS QUE ESCREVEM ASSIM


Mutilação genital feminina e outras...

Em nome da tradição tanto se pode defender a morte do touro em Barrancos como a lapidação de uma mulher por adultério. Não há selvajaria, malvadez ou crueldade que não tenha na tradição argumentos de peso e trogloditas defensores.
As mulheres foram, sempre, vítimas predilectas do pecado original e da selvajaria dos homens ou de outras mulheres. Foram queimadas por bruxaria, vergastadas por adultério, repudiadas pelos maridos, casadas por imposição dos pais e exoneradas dos direitos cívicos e humanos pela legislação sexista. O martírio, a desonra e a humilhação foram o ónus do género que as religiões acolheram e as tradições consagraram.
Dentre as tradições mais abjectas conta-se a «mutilação genital feminina» uma forma de impedir à mulher o prazer sexual, de lhe causar sofrimento atroz e de lhe provocar, com frequência, a morte.
Dir-se-á que esta selvajaria não é, tal como outras, imposição religiosa. É verdade, mas não deixa de estar associada a costumes onde, quase sempre, há uma forte implantação do Islão. E, naturalmente, a componente mercantilista de um próspero negócio.
Não há grande diferença entre o facínora que se aluga para disparar um tiro de escopeta num inimigo a abater e a mulher que se contrata para fazer a excisão numa menina. Há nesta selvagem crueldade o peso de séculos e na condescendência ou cumplicidade uma cobardia que envergonha o género humano.
Malditas tradições, maldita gente que respeita um negócio destes, maldita fé que o consente.

Adenda: Vídeo sobre a «mutilação genital feminina»

Carlos Esperança em http://www.ateismo.net/

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