O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quinta-feira, fevereiro 21, 2008

O ANDRÓGINO EXISTE


"O neófito tem mais chances de alcançar um determinado modo de ser - por exemplo, tornar-se homem ou mulher - se antes se tornar simbolicamente uma totalidade. Para o raciocínio mítico, um modo particular de ser é necessariamente precedido de um modo TOTAL de ser. O andrógino é considerado superior aos dois sexos justamente porque encarna a totalidade e, portanto a perfeição. "

Mircea Eliade


O ANDRÓGINO EXISTE
e está para além de "ser" Homo ou Hetero...


(...)“O andrógino existe, e está presente em cada um de nós. Mas como podemos descrevê-lo? É como se as moléculas do nosso ser dançassem juntas sem se tocar. Para alguns, isso pode parecer uma ideia nova; para outros, é tão antiga quanto a dança mística do Homem-Mulher-Deus, Shiva, que actua no meio do círculo ígneo como o Destruidor daquilo que envelheceu e já foi preservado por tempo demais, rumo ao caos primordial do qual brotará sempre algo novo da sua criação. Alguém poderia perguntar: e como nos tornamos andróginos? A resposta é que nós não nos tornamos andróginos; nós já somos andróginos. Basta sermos nós mesmos. Não é necessário aprender como. Isso pode parecer a coisa mais fácil do mundo mas, para uma sociedade que se tornou perita em manipular, forçar e condicionar a psique a adaptar-se a um mundo que aparentemente exige essa adaptação, talvez haja muito a desaprender no processo “. (...)


June Singer

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