O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

domingo, fevereiro 10, 2008

A RAINHA DA NOITE


PARA O MOLOI:

O NOVO LIVRO DO ESPLENDOR…

(…)
Eu sou a Rainha da Noite, por assim dizer, a parte mais sombria do eterno feminino. Desde a origem do universo, que eu elegi o meu reino nas profundeza da Terra. Se tomei o rosto do mal para os teus irmãos é porque eles não podiam compreender o meu grito, o aguilhão do meu sofrimento. Porque desde há muito, muito tempo que o psiquismo do homem impede os raios do sol de penetrar até aqui.

“Para que a grande alquimia seja possível, a Mãe deu-se ao mundo. Ela está presente em todo o lado, em todos os planos da manifestação. A missão do homem, a tua missão, é unir o eterno feminino das profundezas, Àquela que reina nos Céus na sua glória eterna. É tempo que a tua bem-amada reencontre para ti o seu corpo único!

“Sim, tu amas-me belo Cavaleiro. É o meu rosto que assombra as tuas noites. Mas aquela que eu sou agora, não sou eu inteira, e o meu corpo de carne que acorda em ti tamanho desejo no teu não pode estar vestido senão de negro. E este não se assemelha a um vestido de noiva, não te parece?”
(…)

A mulher diz:

- Meu amor, desde há tanto que eu viajo pelo mundo! E hoje enfim inteira encontrei-te! Através de todas as mulheres da Terra eu estive sempre presente e te procurei, Cavaleiro. Eu procurei por todas as vias, de todas as formas possíveis. Eu perdi-me em múltiplos impasses, eu morri incontáveis vezes. Nas que procurei um sentido da vida abri-me, e quase flori. Nas que me dava inteiramente a Deus, encontrei um bálsamo. Mas não estava ainda reunificada, e a Rainha da Noite era prisioneira neste corpo votado à morte: mas desde sempre eu esperava por desfrutar e provar com Adam o fruto da Árvore da Vida.

E se por vezes encontrei caminhos ensolarados, sofri, meu bem-amado. Também eu caí em múltiplas armadilhas, também eu esqueci a Fonte vergada pelo peso do psiquismo.
Ó, como nós nos combatemos, meu amor, como nós nos despedaçamos nessas relações de força incessante! Como nós sofremos de não nos podermos entender!
E na terrível dor desta parte de mim que chorava nas minhas profundezas não conseguia fazer-me compreender e julguei-me esquecida até de Deus. E depois tu vieste, e eu reconheci-te, meu amor. Em ti nascem os primeiros raios do grande Sol que fez estremecer a minha alma há dois mil anos. Tu ainda não o sabias. Em ti um ser novo aspirava à vida, uma mutação começava e sacudia os escombros do velho mundo. Então o Espírito do meu ser veio buscar-te, em Tsaddé e Pe. Em Yehudith eu fui a iniciadora, que tu soubeste reconhecer e aceitar. E no meu corpo o mais secreto, o mais negro, tu me amaste….

Homem nós estamos bem próximos do Castelo do Graal onde resplandece o sangue luz na Taça santa. Nós entraremos nele os dois juntos! (…)

Excertos traduzidos por mim directamente do francês,

d'O Livro:

RECONTRES AVEC LA SPLENDEUR
de Marie ELIA, pag. 294/5

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