"A violência no namoro é um fenómeno emergente"
Por CÉU NEVES
Entrevista. No Dia da Vítima do Crime, Elza Pais, presidente da Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género, diz porque os namorados são os visados da campanha deste ano
Em termos de vítimas de violência doméstica quais são as principais vítimas directas?
Continuam a ser as mulheres. Existem outros grupos como os idosos e as crianças que sofrem abusos, mas as mulheres surgem em muito maior número. O maior tipo de violência é psicológica, seguida da física e da sexual. Por exemplo, 25% a 35% das pessoas com idades entre os 13 e 19 anos consideram que não há violência sexual no namoro. Ou seja, entende qualquer cedência sexual no quadro do namoro como um gesto de amor. Isto é gravíssimo do ponto de vista dos valores e da representação.
Essa é uma das razões por que lançaram uma campanha contra a violência no namoro?
Sim, foi por isso que elegemos esse tema. Dados do Conselho da Europa indicam que 12% a 15% das mulheres com mais de 16 anos passam por situações de abusos nas relações amorosas. E o estudo da Universidade do Minho indica que os jovens têm uma percepção errada da violência no namoro.(…)
Têm muitas queixas de namorados?
Esta população ainda não se queixa. Temos recebido muitos telefonemas, mas não é em percentagem tão significativa como as da população adulta. Até porque, embora o crime de violência doméstica seja crime público desde 2000, só o passou a ser para os jovens [idosos, crianças, homossexuais, namorados] com a revisão do Código Penal, em 2007. Houve também uma alteração legislativa. Mas o objectivo da campanha não é tanto promover a apresentação de queixas, mas a de promover a construção de novas representações dos afectos. Pretendemos combater uma representação errada dos afectos.(…) dn
*
Por CÉU NEVES
Entrevista. No Dia da Vítima do Crime, Elza Pais, presidente da Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género, diz porque os namorados são os visados da campanha deste ano
Em termos de vítimas de violência doméstica quais são as principais vítimas directas?
Continuam a ser as mulheres. Existem outros grupos como os idosos e as crianças que sofrem abusos, mas as mulheres surgem em muito maior número. O maior tipo de violência é psicológica, seguida da física e da sexual. Por exemplo, 25% a 35% das pessoas com idades entre os 13 e 19 anos consideram que não há violência sexual no namoro. Ou seja, entende qualquer cedência sexual no quadro do namoro como um gesto de amor. Isto é gravíssimo do ponto de vista dos valores e da representação.
Essa é uma das razões por que lançaram uma campanha contra a violência no namoro?
Sim, foi por isso que elegemos esse tema. Dados do Conselho da Europa indicam que 12% a 15% das mulheres com mais de 16 anos passam por situações de abusos nas relações amorosas. E o estudo da Universidade do Minho indica que os jovens têm uma percepção errada da violência no namoro.(…)
Têm muitas queixas de namorados?
Esta população ainda não se queixa. Temos recebido muitos telefonemas, mas não é em percentagem tão significativa como as da população adulta. Até porque, embora o crime de violência doméstica seja crime público desde 2000, só o passou a ser para os jovens [idosos, crianças, homossexuais, namorados] com a revisão do Código Penal, em 2007. Houve também uma alteração legislativa. Mas o objectivo da campanha não é tanto promover a apresentação de queixas, mas a de promover a construção de novas representações dos afectos. Pretendemos combater uma representação errada dos afectos.(…) dn
SÓ UMA NOTA DE DESTAQUE:
Não adiantam nada campanhas publicitárias de consciencialização dos jovens que exercem violência sobre as namoradas, quando a grande campanha feita contra a mulher é manipulada pelas instituições e permitida pelos Estados, e actua de forma inconsciente nas pessoas, de uma forma subreptícia e subliminar... como se vê na imagem ao lado
Por isso as mulheres em Portugal não se queixam.
O Sistema falocrático das sociedades patriarcais instigam e instituem a violência contra a mulher de formas as mais variadas e subtis, nomeadamente através dos filmes e das telenovelas feitas em Portugal, e não só, que denotam quase todas o espírito predominante machista e marialva dos homens ou o mais preconceituoso da parte das religiões instituidas.
Por isso as mulheres em Portugal não se queixam.
O Sistema falocrático das sociedades patriarcais instigam e instituem a violência contra a mulher de formas as mais variadas e subtis, nomeadamente através dos filmes e das telenovelas feitas em Portugal, e não só, que denotam quase todas o espírito predominante machista e marialva dos homens ou o mais preconceituoso da parte das religiões instituidas.
O MELHOR DE PORTUGAL...
E O EXEMPLO MAIS FLAGRANTE DO MACHISMO PORTUGUÊS:
*
Resolvi alongar esta nota, tão bem ilustrada com a foto do desfile de carnaval de ontem em Torres Vedras, o "Carnaval mais Português de Portugal" que fez desfilar um carro alegórico dedicado a Cristiano Ronaldo, o mais actual herói português que ganha milhões porque dá uns pontapés na bola, e estraga carros de marca: ei-lo alegoricamente sentado de pernas abertas em cima da bola do mundo, dominador, e a seus pés dentro de um insignificante pacote de cigarrros SG (à esquerda) três mulheres nuas em miniatura - o rapaz, meio atrasado mental, em vez de cigarros "fuma" mulheres?
Este é o verdadeiro espírito jovem e machista, "o melhor de Portugal", que impera igualmente entre os mais velhos, como se vê na foto ao telemóvel.
rlp
1 comentário:
para feminista temo sexto sentido pouco apurado..então não viu que o CR tem acabeça pequenina quase do tamanho das mulheres fumadoras?
Enviar um comentário