O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quinta-feira, fevereiro 05, 2009

PRESUNÇÃO E ÁGUA BENTA CADA UM TOMA A QUE QUER...

MOLOI LORASAI deixou um novo comentário:

Moloi tem muito mais importância para o tempo actual do que FERNANDO PESSOA, agora. Pelo menos para os que conseguem captar o MOLOI. Não tem nada que aprender com ele.


Resposta ao comentário:

O MESMO DIRIA MOLOI DE GOETHE E SHAKESPEARE... diria o mesmo de Nietzshe...ou Baudelaire...de Luis de Camões etc...
Nada a dizer contra um Ego tão humilde como o seu...mas apesar disso eu acredito na sua inocência...Você é um cândido... até estou a ouvi-lo dizer como Mario Quintana:

"Se as coisas são inatingíveis... ora!
Não é motivo para não querê-las...
Que tristes os caminhos, se não fora
A presença distante das estrelas!"


AINDA FERNANDO PESSOA PARA MOLOI E DEPOIS ACABOU...

"Exteriorizar impressões é mais persuadirmo-nos de que as temos do que termo-las.
*

"Dizer! Saber dizer! Saber existir pela voz escrita e a imagem intelectual! Tudo isto é quanto a vida vale: o mais é homens e mulheres, amores supostos e vaidades factícias, subtergúgios da digestão e do esquecimento, gente remexendo-se, como bichos quando se levanta uma pedra, sob o grande pedregulho abstracto do céu azul sem sentido. 27-7-1930 LIVRO DO DESASSOSSEGO

*
"Tudo quanto fazemos, na arte ou na vida, é a cópia imperfeita do que pensámos em fazer. Desdiz não só da perfeição externa, senão da perfeição interna; falha não só à regra do que deveria ser, senão à regra do que julgávamos que poderia ser. Somos ocos não só por dentro, senão também por fora, párias da antecipação e da promessa."
*
De facto, "A bondade é a delicadeza das almas grosseiras."

PENSAMENTOS - FERNANDO PESSOA

*

6 comentários:

Anónimo disse...

ALMAS AVASSALADORAS

ADOOOOOOOOOOOOOOOORO!

Nana Odara

isabel mendes ferreira disse...

?????????????????????




a vida é mesmo uma pedra.



grosseira.




e saio.

na maior abstracção. rasa.

Anónimo disse...

- isabel mendes ferreira - quem é você?
??????????????????????????
para dizer que a vida é mesmo uma pedra
grosseira
e julgar ou atirar a primeira porque lhe off-enderam o poeta da militância raivosa, que não respeita ninguém?
... e você saiu rasa sem sequer ter entrado num espaço que nunca a agrediu a si?
Veio assim...cumprir castigo poetico, solidária com a causa abstracta da inocente vítima sem mãe...defender o seu bébé?

-ou quer punir-me de lhe furtar algumas fotografias sem nome de autor?
rleonor

Anónimo disse...

...almas avassaladoras ou almas abstractas...

- ou o voo raso da ave de rapina?

Ninguém sabe ao certo.
rleonor

Anónimo disse...

Querida Rosa:
Contra o voo rasante do gelo abstracto, ficamos de guarda: de guarda às curvas concretas dos corpos das mulheres, de guarda ao fogo que a Vida persiste em colocar nos seus ventres, rostos e falas, uma chama que conta outras histórias, que não a treta formal que julga distinguir grosseiro e elegante, quando nem sequer lhe arranha a supefície.
Outras histórias que não o velho e tentacular conluio da culpabilidade materna, que de si mesma se esconde e a si mesma não perdoa.

Quando thanatos respira entre as palavras ... por mais ordenadinhas que pareçam... dá um frio cá dentro.
As dinâmicas de interesses que reunem os bloguistas, que não estão de todo à vista de quem lê, nem de quem escreve, por vezes são execráveis.Mas elas estão lá, emanam um cheiro, uma pestilência. E exibem uma cor, que contamina tudo, assim pró verde-tropa.

Um beijo grande.

Carla

Anónimo disse...

A culpa é minha, ainda católica...eu não devia pairar neste universo de competição e ego insuflado, egocêntrico e patológico, o mundo invisivel da afirmação egóica em nome da arte ou da política e não sei que mais frustrações projectadas...onde qualquer um que bajule é grande e genial...mas sem a mínima ética ao entrar na casa lheia...e despejar o saco. Eu nunca comento que não seja para agradecer a beleza e sensibilidade. ás vezes engano-me como é o caso...
Mas isto é tudo virtual, não morde e por mais veneno que traga, sou incólume. Nós conhecemos o antídoto do ódio...mesmo o mais disfarçado de bondade e amor...
Não te preocupes, sinto-me a salvo no ventre da grande Mãe....

rleonor