O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sexta-feira, outubro 26, 2018

A INDIA DE ANTES...




Cecília Meireles e o Oriente...

Os que te conhecem guardam para sempre o coração enternecido, ó Índia paciente, pois sabem dos vastos limites dos teus dramas, e admiram os caminhos que procuras para a conquista de uma felicidade sábia:– aquela felicidade, ó Índia, que se constrói com a disciplina da alma, e, por ser alta, é íngreme, e, para vencer o tempo, é vigorosa e suave, alerta, firme e diligente.
[...]
Por isso, os que te amam, embora não tenham nascido em ti, o Índia luminosa, do horizonte de suas várias pátrias, observam teu exemplo, e por ele se rejubilam desde agora, vendo antecipar-se em tua coragem, em teu trabalho, o Índia pacífica, em tua força espiritual e em tua mansidão, aquele retrato de um mundo que não envergonhará mais os homens futuros, quando, sozinhos, refletirem sobre seus compromissos, na terra, com os outros homens, e, dentro de si, com as leis profundas do invariável Deus.


“Cântico à Índia pacífica”,
in Poemas de Viagens, de Cecília Meireles

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