Cecília Meireles e o Oriente...
Os que te conhecem guardam para sempre o coração enternecido, ó Índia paciente, pois sabem dos vastos limites dos teus dramas, e admiram os caminhos que procuras para a conquista de uma felicidade sábia:– aquela felicidade, ó Índia, que se constrói com a disciplina da alma, e, por ser alta, é íngreme, e, para vencer o tempo, é vigorosa e suave, alerta, firme e diligente.
[...]
Por isso, os que te amam, embora não tenham nascido em ti, o Índia luminosa, do horizonte de suas várias pátrias, observam teu exemplo, e por ele se rejubilam desde agora, vendo antecipar-se em tua coragem, em teu trabalho, o Índia pacífica, em tua força espiritual e em tua mansidão, aquele retrato de um mundo que não envergonhará mais os homens futuros, quando, sozinhos, refletirem sobre seus compromissos, na terra, com os outros homens, e, dentro de si, com as leis profundas do invariável Deus.
“Cântico à Índia pacífica”,
in Poemas de Viagens, de Cecília Meireles
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