O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

domingo, outubro 07, 2018

SÃO AS MULHERES MISÓGINAS?


DE ONDE DERIVA A MISOGINIA DAS MULHERES…

Tal como os homens as mulheres sofrem de misoginia?
O ódio e aversão às outras mulheres, mas o termo não me parece correcto, porque ..."A [misoginia] é um aspecto central do preconceito sexista e ideológico, e, como tal, é uma base importante para a opressão de mulheres em sociedades dominadas pelo homem. A misoginia é manifestada em várias formas diferentes, de piadas, pornografia e violência ao auto-desprezo que as mulheres são ensinadas a sentir pelos seus corpos."

Para mim portanto a Misoginia é um sentimento comum ao homem e das mulheres contra elas próprias diria antes, contra as outras mulheres, e deriva do facto de as mulheres se odiarem, digladiando-se entre si por causa dos homens e por viverem em total subserviência ao Sistema patriarcal, fiéis à sua cultura e filosofia, desconhecendo a origem da sua própria psique, sendo que foram afastadas da sua natureza instintiva e de uma essência feminina há centenas de anos.
Indo um pouco mais longe e mais fundo descobrimos que a  razão da grande e constante conflitualidade (rivalidade)  entre as mulheres começa e advém das relações de amor-ódio entre a mãe e a filha…
Talvez os homens também reflitam esse amor-ódio sobre a mulher em geral, mas não o refletectem entre si como homens sendo normalmente solidários entre si contra as mulheres. As mulheres ao contrário, estão sempre do lado dos homens e contras as outras mulheres...como rivais potenciais. 

O drama da mulher e a forma conflituosa como ela se relaciona com as outras mulheres tem de base a sua grande ferida da e com a Mãe, seja pela sua rejeição como filha, seja a sua própria rejeição  da mãe, seja pela  exaltação do seu amor, seja pela sombra do seu ódio à mãe, nem sempre assumido ou consciente, sendo que tanto num caso como noutro a diferença entre se sentir rejeitada e amada a leva a paroxismos de amor e ódio que em mais nenhuma relação existe ou se reflecte, com a agravante de este sentimento gerar uma das maiores calamidades humanas e sociais que é  a rivalidade e antagonismo entre as mulheres na esfera privada, nas famílias no emprego ou na politica… ele impede um verdadeiro movimento de sororidade e de troca verdadeira e afinidades entre as mulheres, por isso elas sempre defendem os homens.
Mesmo por detrás de movimentos ditos  feministas que tentaram por todos os meios negar a sua feminilidade essencial, seja das mulheres ditas do "sagrado feminino" (para não falar das beatas religiosas de qualquer religião instituída em que tudo é falso e aparente) a verdade é que elas estão sempre prontas para se atacarem e denigrirem umas as outras e se atraiçoam constantemente no meio de sorrisos e tambores... ou entre musica e gritos histéricos de "liberdade" nos palcos que escolhem exibir a sua raiva ou o seu amor…

Como curar a ferida, como sanar esta conflitualidade é deveras difícil e complicado. Isso implica um grande trabalho de consciencialização individual. E preciso que a Mulher ao se consciencializar primeiro da sua ferida possa curar a sua relação com a mãe através de uma  compreensão que vai para lá do conceito habitual do drama afectivo parental e da aceitação de algo muito atávico que fere a mulher no seu amago, tanto a mãe com a filha; ela tem de se debruçar sobre a sua própria ferida como mulher adulta e perceber a sua cisão interior, a divisão que o seu psiquismo sofreu ao longo de séculos desde que a mulher doi cindida pela religião patriarcal em dois ou mais estereótipos, basicamente esta herança psíquica da santa e da puta…
Toda e qualquer mulher viveu esse dilema de "consciência" em adolescente ao querer afirmar a sua mulher sensual… tendo que reprimir impulsos vitais e naturais pela moral de uma "menina ter se ser assim e assado"… ou então se ousar ser o que sente imediatamente é reprimida e acusada de ser uma desavergonhada...ou estar a provocar os homens; claro que hoje em dia com as televisões e a pornografia, as sombras de gray, a musica pop e as telenovelas,  as mulheres pensam que já podem fazer tudo sem medo porque são livres, mas não são, e hoje estamos diante da um ofensiva macabra contra as mulheres em todo o mundo mesmo o dito  "civilizado" pela violação, o abuso e o assédio ou feminicídio que contraria todas essas ideias feministas de que a mulher era livre e podia fazer o que quisesse... 
Nenhuma mulher porém escapou a esta divisão interior quando menina, nem a essa conotação moral, sendo desde logo que nasce marcada com o ferro da pertença a deus ao pai e ao filho e dominada pelo macho alfa da família que a mantem sob tutela e a faz cumprir os preceitos dessa divisão a bem do nome do Pai, até a entregar como mercadoria à protecção de um macho qualquer... que corresponda aos interesses da família. 
Dir-me-hão que nos nossos dias já não é assim, mas no fundo continua a ser isso mesmo só que camuflado de outros interesses (da própria mulher, sentimental ou económico) ou de outras ideias ou moral...religião etc. 
O Ocidente e a Europa estão a cair sobre a ameaça islâmica  e não tarde assistirmos ao maior retrocesso da história das civilizações se as mulheres cada uma por si NÃO ACORDAR para esta conflitualidade que ela alimenta dentro de si e a prejudica gravemente e as outras mulheres… Porque tanto a religião - desde o perseguir e queimar das bruxas - às seitas que proliferam hoje pelo mundo, ou sejam quais forem os movimentos pró ou contra, eles vingam com a animosidade e antagonismo das mulheres… Digamos que as mulheres são coniventes com a sua destruição em nome dos mitos e ideologias que absorveram e defendem… defendendo sempre as causas do homens, contra as mulheres, onde elas nada são. 

(Eu não estou contra os homens, nem contra as feministas...estou contra um Sistema que dá aos homens o poder de dominar e controlar as mulheres e eles aceitam e não largam…quanto as feministas porque induziram as mulheres a uma falsa liberdade que as torna vitimas da sua própria ignorância.)

rlp


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