O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

terça-feira, outubro 01, 2019

A OPRESSÃO DAS MULHERES E AS SUAS CAUSAS



A OPRESSÃO DAS MULHERES

"A opressão das mulheres pelos homens é um sistema dinâmico no qual as desigualdades vividas pelas mulheres são os efeitos das vantagens dadas aos homens." - Daniel Welzer-Lang


A MULHER DENTRO DE UMA GAIOLA

"As mulheres são forçadas a viver em uma sociedade patriarcal cheia de vínculos duplos e Frye explica essa restrição à atividade das mulheres através da analogia de uma gaiola. Marilyn Frye diz que a opressão das mulheres pode ser entendida olhando-a como uma gaiola dentro da qual as mulheres estão presas. Se você observar apenas um fio da gaiola, não verá todos os outros fios que também formam a gaiola e o movimento restritivo. Além disso, se você inspecionar todos os fios individualmente, ainda não conseguirá entender por que o pássaro não pode escapar. É quando a gaiola é vista holisticamente que se vê que é impossível que um pássaro escape verdadeiramente da gaiola. Da mesma forma, Frye argumenta que a opressão, como a gaiola, deve ser vista holisticamente com todas as suas estruturas se cruzando e criando a gaiola. Uma visão da opressão que vê seus elementos individualmente, como a gaiola, não mostrará os elementos de opressão que o forçam a permanecer na gaiola.
Essa gaiola de opressão é aquela que não abrange os homens. Dizer aberta e sem desculpas que os homens não são oprimidos não aponta para o fato de que o feminismo não representa a igualdade, mas visa criar a igualdade centrando os oprimidos. Frye afirma que dizer que os homens não são oprimidos não implica que eles não sofram ou não sejam miseráveis, mas simplesmente significa que eles não são oprimidos através de estruturas projetadas especificamente para limitar seus movimentos. Eles não precisam navegar em um mundo com dupla ligação. Homens em roupas reveladoras ou homens encobertos, o que eles vestem não é da conta da sociedade. Este mesmo padrão não é aplicado às mulheres."

MAS PORQUE NÃO SOU FEMINISTA...

Porque procuro a resposta global à questão essencial de SER MULHER. E penso que só quando a mulher conseguir sair do nível da sua identificação com a luta social, política e económica, tal como o homem aliás, mas de outro modo, quando for para lá das questões que a fragmentam, e se aperceber da Dimensão do Sagrado em si e da vida, daquilo que a transcende ou daquilo que ela representa ontologicamente e do seu lugar do mundo, como encarnação do Princípio Feminino e não só ver-se como mãe e mulher ou profissional que é o plano exclusivo em que as feministas trabalham, é que ela caminhará para a sua totalidade. Só quando atingir essa completude do seu ser, quando a Mulher for uma Mulher que não é ainda e não apenas através de uma espiritualidade falseada, ou da ideia da  complementaridade dos dois em um, yin e yang, feminino e masculino, mas sim na integração e união das duas mulheres que o patriarcado romano dividiu entre a santa e a prostituta, a esposa e a hetaira ou concubina, e ainda a lésbica, ela conseguirá recuperar a sua verticalidade, a sua integridade de SER MULHER.


AS DIFERENÇAS ENTRE HOMEM E MULHER

Somos efectivamente todos SERES HUMANOS, homens e mulheres, e foi baseadas nessa premissa e no desejo de igualdade - direitos iguais - que se cometeu o erro de igualar a mulher ao homem em todos os aspectos, e confundir os ditos "direitos iguais", com naturezas iguais, quando eles são efectivamente diferentes entre si e o facto de sermos seres humanos e da mesma espécie (às vezes duvido disso), não faz com que sejamos iguais no sentir e no pensar...e portanto na relação e na interacção com os outros somos diferentes e é ai que mais recentemente nasceram os conflitos e antagonismos entre homem e mulheres por falta de compreensão dessas diferenças em relação um ao outro; portanto não se trata só de uma diferença física e sexual, mas de uma diferença substancial, psíquica e anímica, entre cada um dos elementos que compõem o par humano.
É a partir de uma essência particular que diz respeito à natureza biológica da mulher e a caracteriza por essa natureza, que é Ser Mãe (e ser mãe não é a mesma coisa que ser pai) e à qual ela esteve reduzida durante dezenas ou centenas de anos, obrigada a vivê-la em exclusividade e ao serviço da espécie homem, como propriedade dos homens e em que os homens enalteceram essa qualidade mas ao mesmo tempo a sua posse exclusiva, donos do seu sexo e do seu utero, exaltando-a, e por vezes elevando-a a santidade, como a Virgem Mãe de deus, negando ou rebaixando a sua sensualidade e sexualidade, razão pela qual, tanto as feministas como as intelectuais negaram a maternidade à partida, ao confundiram a libertação da mulher, não do mito e dessa ideia/prisão, mas da carga de ser mãe vista como uma prisão – isto é…quiseram deitar a água suja fora, essa mentalidade católica e conservadora do homem sobre a mulher, mas o bebé foi também com a água…e toda a mística da mulher. Assim, O ETERNO FEMININO…FOI SANCIONADO E CENSURADO PELAS PRÓPRIAS MULHERES feministas.
rlp

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