ONTEM COMO HOJE...
"Eu acho que não há inteligência sem coração. A inteligência é um dom, é-nos concedida, mas o coração tem que a suportar humildemente, senão é perfeitamente votado às trevas." AGUSTINA BESSA-LUIZ
"Primitivamente, a cabeça devia ser regida pelo coração; ela só devia servir para engrandecê-lo. Hoje a cabeça do homem reina sobre o seu coração, quando é ao coração que o ceptro deveria pertencer; vale dizer que o amor é superior à ciência, dado que a ciência deve ser apenas o archote do amor e que esse archote é inferior àquele que ele ilumina." Louis-Claude de Saint-Martin
UMA NOTA
Sempre que a mulher se expressa de forma particular como representante do Principio Feminino da humanidade, ela é denigrida e é e foi considerada histérica e louca, +porque a emoção a intuição e o sentimento é previligiado. Sendo assim e ao negar a mulher na sua manifestação subjectiva o homem perdeu ele também essa metade instintiva e emocional (o amor) que corresponde à sua parte feminina e de que a Mulher é o expoente máximo. E sabemos hoje também que não foi elegendo uma Deusa Mãe imaculada e lenitiva nos altares a quem reza, a quem pede perdão e paz que vamos encontrar a harmonia e o equilíbrio entre ambos os sexos, mas elevando a Mulher real à sua dignidade de ser individual e livre que o mundo vai encontrar paz.
Se o Homem representa a "cabeça" a Mulher representa o "coração" nesta Humanidade e isso foi ignorado quase sempre pelas Tradições esotéricas e mesmo por grandes Mestres, mas só elevando os dois às mesmas alturas, unindo a Terra e o Céu o SER HUMANO poderá recuperar a sua verdadeira estatura de humano e para o qual foi criado!
Os homens e as mulheres continuam a escamotear verdades fundamentais como o facto do desequilíbrio do mundo derivar da falta do princípio feminino e do seu justo valor não ser efectivamente atribuído à Mulher e à Mãe. Em quase todo o mundo e em todos os países, uns mais do que outros, existe uma óbvia discriminação do ser mulher...e a negação dos valores que ela representa.
Ninguém quer ver que essa descriminação começa e é feita entre nós na própria linguagem, na omissão da mulher nos discursos, sempre no masculino, na falta de entendimento de que sem a emoção-coração - o polo que a mulher representa - e nela está a origem dos grandes dramas no Planeta?
Sim, “As mulheres por vezes ficam histéricas e fazem e dizem as coisas mais estranhas. Mas esta observação vai dar a volta e morder a própria cauda: talvez a verdade da vida e do viver resida nas estranhas coisas que as mulheres fazem e dizem quando estão histéricas” in “As Duas Vozes” - de William Golding (Prémio Nobel).
Fiódor Dostoiévski — por Albert Camus
"Todos os heróis de Dostoiévski se questionam sobre o sentido da vida. Nisto são modernos: não temem o ridículo. O que distingue a sensibilidade moderna da sensibilidade clássica é que esta se nutre de problemas morais e aquela de problemas metafísicos. Nos romances de Dostoiévski, a questão é colocada com tal intensidade que só admite soluções extremas. A existência é enganosa ou é eterna. Se Dostoévski se contentasse com essa análise, seria filósofo. Mas ele ilustra as consequências que esses jogos do espírito podem ter na vida de um homem e por isso é um artista. "
Albert Camus, in O Mito de Sísifo. Editora Nova Ortografia, pág. 106.
A assim vemos como os grandes autores mencionam as grandes questões do espírito como homens sem pensar na mulher que por natureza é diferente e pensa e sente de forma diferente também. Por isso o Homem nunca poderá representar homem e mulher. Humanidade ou ser humano poderá incluir a mulher, mas O Homem não inclui a mulher. Quando se fala do Homem e se enumera factos e feitos e razões, eu não me sinto incluída, talvez porque na realidade a grande maioria das vezes nem implícitas as mulheres estão pelas suas caracteristicas e natureza bem diferente da do homem. Enfim, para alguma coisa se fala em linguagem inclusiva, onde o ele e o ela se revejam na comunicação de uma forma individualizada e particular e com as características especificas e diferenciadoras de cada sexo. Esta falta do feminino é uma das razões que aponta para a perda de identidade feminina...
A Mulher ao se deixar aglutinar à historia e cultura de domínio do Homem perdeu completamente a noção da sua singularidade e especificidade...ao ponto a chegamos hoje de haver toda esta confusão de Géneros...
Mulheres é tempo de repensarem a comunicação e a linguagem pois ela reflete comportamentos, pensamentos e ações. A mulher permite, autoriza e compactua com comportamentos machistas fomentados pelo patriarcado sem na maioria das vezes ter consciência de que o faz, pois toda a aculturação ao longo dos últimos séculos não tem permitido que ela visualize para além da manta negra que a separa de si própria da sua essência feminina. As coisas estão mudando e a mulher após mulher vai despertando e sentido a necessidade absoluta de compreender a verdadeira e poderosa mulher em si, aquela que é livre do poder patriarcal.
Rosa Leonor Pedro
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