O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

segunda-feira, março 02, 2020

O medo das mulheres


ESCREVER MULHER

Falar ou escrever de acordo com o pensamento feminino - bastante diferente do masculino - é uma ousadia para a mulher, e acarreta muita resistência por parte das hostes regressivas que estão contra a tomada de consciência da mulher como ser individual e elas acontecem não só da parte dos homens, como da parte de mulheres patriarcais, desde que não se fale na língua do Homem, em sua defesa ou a seu favor, tendo-o a ele como único foco de atenção da mulher.
Não, os homens não suportam que as mulheres deixem de se focar e pensar neles para se afirmarem por conta própria… e a grande parte das mulheres cai na armadilha e quando é assediada e confrontada por eles cede e dá-lhes então toda a primazia. Isso está a acontecer até nos círculos de mulheres que deviam ser só de mulheres e agora todas se viram para o par masculino dando-lhe toda a atenção tal como eles queriam.
Uma das razões porque o fazem é porque se sentem mais seguras assim e apoiadas pelo Poder e (pelo dinheiro). O vazio e a insegurança das mulheres mesmo que achando-se em vias de uma qualquer espiritualidade (patriarcal) ou do dito "feminino sagrado" não conseguiram afirmar-se sozinhas no seu potencial porque lhes é tremendamente difícil ousar e ser Mulher. Elas preferem claudicar e estar do lado do mais forte para garantir o seu sustento, não só pessoal - casamento - mas também profissional... Desse modo elas evitam dizer qualquer verdade que possa ferir o ego masculino e portanto voltam-se para o seu lado e elogiam a sua "feminilidade"...a sua sensibilidade, a sua aderência à Deusa e a sua proteção…
Eu não estou contra os homens - gostaria muito que eles fizessem  o seu caminho que é muito válido, se é que querem defender e proteger a mulher. Eles tem essa possibilidade porque vivem numa sociedade que lhes dá todo o crédito e o tira  a mulher e portanto se eles quiserem ajudar e viver numa sociedade mais justa estejam dentro do sistema a lutar pela defesa das mulheres e das crianças diante dos outros homens que as atacam e violam e exploram…e deixam as mulheres fazerem o seu papel que é encontrarem-se a si mesmas. Para mim não faz sentido nenhum os homens andarem nos círculos… ai eles não ajudam as mulheres - ai eles empatam as mulheres...vão-lhes pedir colo e ajuda e cura das suas feridas...e o jogo inverte-se porque quem está mais ferida neste mundo que a sacrificou e explorou através dos séculos é a mulher. Que o homem aproveite as vantagem que tem neste mundo e faça o seu papel junto com os outros homens em defesa das mulheres… isso sim iria ajudar e muito as mulheres a evoluir.

Penso que as mulheres estão de  novo a regredir por medo...por medo de perder o homem, sem perceber que elas sim estão perdidas de si mesmas. E estão porque mão ousam dizer-se as verdades.
Eu sei que é muito dificil dizer a verdade e ousar ser Mulher só sem medo. Dizer-se o que se sente e se pensa sobre nós mesmas depois de séculos de mordaças e calunias, sobretudo quando se escreve sobre esses mesmos problemas, questões inerentes à mulher e apenas à mulher, causados pelo poder abusivo do homem, é como sair das grades de uma velha e sufocante prisão e acarreta-nos cargas porderosissimas sejam dolosas sejam elas dolorosas porque estamos a romper o veu espesso do nosso medo e do nosso silêncio e condenação... às fogueiras da inquisição, a da Idade Media e da Moderna, muito mais sofisticada e subtil.
Por isso vos digo, tudo o que digam de vocês é um avanço sobre essas energias que nos querem calar...e agora é mais do que nunca preciso soltar esse grito preso na garganta seja qual for o preço a pagar...
Mulheres não tenham medo de se dizerem!

rlp
 

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