O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quinta-feira, março 05, 2020

O que eles escreveram sobre grandes mulheres


8 DE MARÇO - A PENSAR NO DIA DA MULHER?

Eu sei que há uma faceta na minha escrita e no meu trabalho que não é bem recebido nem muito popular entre as mulheres que me lêem. Muitas vezes sinto a animosidade ou o medo das mulheres em relação aos aspectos mais radicais ou mesmo contundentes da minha expressão e concepção do feminino sagrado...principalmente quando foco o aspecto psicológico e o trauma básico da identidade da mulher no mundo de hoje…

São séculos de cultura patriarcal de génios, homens em todas as áreas, desde pintores, poetas e escritores a retratarem uma mulher que não sabem. Dela fizeram uma Virago, dela fizeram uma prostituta, dela fizeram um travesti, dela fizeram um andrógino, dela fizeram uma boneca insuflada…dela fizeram tudo que quiseram..Profetiza, demente, mãe, cândida donzela, virgem e prostituta, rainha, louca, assassina…
São muitos, todos eles génios ou santos: Miguel Ângelo, Leonardo da Vince, Shakespeare, Balzac, Baudelaire, Voltaire, Santo Agostinho etc. …
O que eles escreveram sobre grandes mulheres. Cleópatra por exemplo, e como a viu Shakespeare…Meu Deus, que insana criatura ela era e como todas as mulheres fortes eram igualadas a DEMONIOS. E é desses modelos ao longo de séculos de história e cultura que a mulher se deixou moldar sem nunca ser ela mesma a pronunciar-se! Aqui está, houve mulheres famosas na ribalta, mas elas não tinham voz própria. Sim, houve Rainhas dizem-me, grandes rainhas, mas sujeitas aos mesmos padrões e aprisionadas pelos mesmos valores em vigor nas épocas em que reinaram, aos mesmos conceitos e atributos, com que as modelavam os homens da arte e da cultura. Fosse na época Helénica na Renascença ou o no Iluminismo. Nunca até hoje a Mulher foi Ela mesmo!

MULHERES ENXERGUEM-SE!
rlp
Rosa Leonor Pedro

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