8 DE MARÇO - A PENSAR NO DIA DA MULHER?
Eu sei que há uma faceta na minha escrita e no meu trabalho que não é bem recebido nem muito popular entre as mulheres que me lêem. Muitas vezes sinto a animosidade ou o medo das mulheres em relação aos aspectos mais radicais ou mesmo contundentes da minha expressão e concepção do feminino sagrado...principalmente quando foco o aspecto psicológico e o trauma básico da identidade da mulher no mundo de hoje…
São séculos de cultura patriarcal de génios, homens em todas as áreas, desde pintores, poetas e escritores a retratarem uma mulher que não sabem. Dela fizeram uma Virago, dela fizeram uma prostituta, dela fizeram um travesti, dela fizeram um andrógino, dela fizeram uma boneca insuflada…dela fizeram tudo que quiseram..Profetiza, demente, mãe, cândida donzela, virgem e prostituta, rainha, louca, assassina…
São muitos, todos eles génios ou santos: Miguel Ângelo, Leonardo da Vince, Shakespeare, Balzac, Baudelaire, Voltaire, Santo Agostinho etc. …
O que eles escreveram sobre grandes mulheres. Cleópatra por exemplo, e como a viu Shakespeare…Meu Deus, que insana criatura ela era e como todas as mulheres fortes eram igualadas a DEMONIOS. E é desses modelos ao longo de séculos de história e cultura que a mulher se deixou moldar sem nunca ser ela mesma a pronunciar-se! Aqui está, houve mulheres famosas na ribalta, mas elas não tinham voz própria. Sim, houve Rainhas dizem-me, grandes rainhas, mas sujeitas aos mesmos padrões e aprisionadas pelos mesmos valores em vigor nas épocas em que reinaram, aos mesmos conceitos e atributos, com que as modelavam os homens da arte e da cultura. Fosse na época Helénica na Renascença ou o no Iluminismo. Nunca até hoje a Mulher foi Ela mesmo!
MULHERES ENXERGUEM-SE!
rlp
Rosa Leonor Pedro
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