O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sábado, setembro 29, 2018

A ORIGEM DE UMA SOCIEDADE MATRIARCAL

O SANGUE ANCESTRAL DA MÃE DA MÃE DA MÃE...



ADN MITOCONDRIAL MATERNO E A SUA IMPORTÂNCIA COMO PROVA CIENTÍFICA DA ORIGEM DE UMA SOCIEDADE MATRIARCAL.

Maria De Lourdes de Oliveira Pinto:

*Em tempos, conversava com uma amiga, Rosa Leonor Pedro, sobre a bestialidade do homem e de todo o sistema patriarcal na tentativa de anulação do Princípio Feminino, responsável pela Criação de todo o Universo. Explicava-lhe que havia uma prova científica, que está a ser estudada e que indicia a existência de uma sociedade matriarcal original e que é o ADN mitocondrial, transmitido exclusivamente pela mulher de geração em geração, isto é, trata-se de um gene que é transmitido apenas através da linhagem materna, ao contrário do ADN dos cromossomas, que é herdado do pai e da mãe. Assim, as mitocôndrias são transmitidas unicamente pela mãe e a partir de uma mãe original, desde o início dos tempos, sendo todas nós mulheres suas decendentes.
Hoje, após uma visita à Feira do Livro no Parque Eduardo VII, um livro chamou a minha atenção. Estou com ele entre mãos, e convosco partilho algo que liga as minhas postagens anteriores e a conversa acima citada:

"Estudos antropológicos e sociológicos mostram que a maior parte das culturas são patriarcais desde há muito tempo. Uma das razões dadas para a dominação patriarcal seria a sobrevivência da espécie na qual todo o sistema educativo e normativo teria sido organizado para garantir aos homens fortes a sua paternidade.

A descoberta relacionada como ADN mitocondrial poderia ser o início de uma prova científica de um índice da cultura matriarcal que, por razões em parte ainda desconhecidas, teria sido substituída por uma cultura patriarcal.
(...)
É bastante inquietante imaginar a possibilidade de que gerações de dominação masculina e de consentimento da mulher possam ter deixado vestígios tão profundos e indeléveis sobre o genoma humano.
No entanto, tudo indica que foi assim que as coisas aconteceram.

O fenótipo que age, geração após geração, sobre o património genotípico da população feminina teria conduzido as mulheres a adoptarem um comportamento "conveniente", ao falar ou vestir-se. o objectivo era fazer delas excelentes mães ( reprodutoras ) para ficar assegurada a paternidade do "macho dominante". Os meios empregados para chegar a este fim eram a força e o terror. Um pai ou um marido desrespeitado não hesitaria em usar de violência, repudiar ou matar.
Outro meio, também muito comum, relaciona-se com o facto de as mulheres não terem acesso aos estudos, por conseguinte não teriam acesso ao mercado de trabalho e à sua independência.

O objectivo era o de "produzir" descendentes sempre melhores, sempre mais eficiente e fiéis ao clã, que seriam provenientes de uma paternidade indiscutível, pouco importava o "preço a pagar" pelas mulheres."*

In O FEMININO REENCONTRADO - A Mulher na Jornada Interior

de Nathalie Durel Lima

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