O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quinta-feira, setembro 27, 2018

Matrismo sim, feminismo não...



A VIOLÊNCIA SOBRE A MULHER NOS DIAS DE HOJE 
SÓ POR SI NEGA A IGUALDADE DE GÉNEROS...


SIM "A VIOLAÇÃO É UM ESCÂNDALO que não pode ser tolerado numa socieade civilizada. No entanto, o feminismo, que travou uma espécie de cruzada para que o crime de violação fosse visto sob uma perspectiva diferente, acabou por pôr as jovens em perigo ao esconder-lhes a verdade sobre o sexo.(...)
O feminismo não as preparou para isso. Continua a dizer-lhes que os sexos são iguais, que elas podem fazer o que quiserem, ir a todos os sítios, dizer ou vestir o que lhes apetecer. NÃO, NÃO PODEM. As mulheres estarão sempre expostas ao perigo das agressões sexuais. (…) Sou mulher. Não sou suficientemente tola para acreditar que que pudesse estar livre de qualquer perigo. Há uma quantidade enorme de aventuras individuais em que nunca participarei. As mulheres conhecem estas verdades sombrias desde sempre. Mas o feminismo, com as suas fantasias utópicas sobre um mundo perfeito, impede as jovens de ver a vida como ela realmente é."*

A Única coisa que nos impede de ver claramente os factos em relação à mulher nos nossos dias é a grande hipocrisia da sociedade moderna, sobretudo das feminista e das marxistas, que pretendem ter dado liberdade e igualdade às mulheres mas não deram o Valor à mulher-mulher que renegam em termos de instintivo e de essência para serem fieis a estereótipos marxistas, ideologias de géneros e outras e nunca se aperceberam que em termos práticos a mulher não foi nem valorizada nem dignificada por todos esses equívocos criados pela utopia dessa igualdade que o feminismo tanto proclamou. Só agora é que começamos a ver como se revela na prática - o assédio, o abuso, a violação e o feminicídio - essa utopia e o muito pouco que de efectivo e real na vida das mulheres foi feito para mudar de fundo as consciências, seja das mulheres seja dos homens. Quando não o que fizeram foi por as mulheres a agir e a pensar como os homens… negando as diferenças biológicas e sensórias, quer a nível da sexualidade quer a nível da psique.

Há quem me pense anti-feminista e há quem me julgue feminista ferranha...ou radical...Não sou uma coisa nem outra, por isso cito tantas vezes Ana Hatherly quando diz: "não sou feminista, sou antropologicamente lucida" ou como Natália Correia: "É no paradigma da Grande Mãe que vejo a fonte cultural da mulher; por isso lhe chamo matrismo e não feminismo."

O Feminismo ou a igualdade entre homens e mulher baseada no respeito e no conhecimento mutuo das diferenças só seriam possível numa sociedade civilizada, mas esta não é uma sociedade civilizada!
 Todavia, devo acrescentar que eu não estou contra "O Feminismo" histórico e social - ele foi importante - mas não aceito nem me identifico com o feminismo em geral e que hoje em dia se transformou numa bandeira de todas as mulheres que lutam por se afirmarem económica e socialmente ou em nome de igualdades sexuais, incluindo transexuais...e isso eu não entendo nem aceito porque o drama da sexualidade, seja do homem seja da mulher, tem todo a ver com a falta de identidade da Mulher, a sua divisão ou indefinição, e o peso de todos os estereótipos que ela carrega ou defende, mas sobretudos com a falta de respeito e dignidade da Mãe à partida! As feministas nunca perceberam a divisão interior das mulheres dentro do Sistema nem as repercussões sociais para além dos efeitos devastadores a nível psíquico e emocional nas mulheres por causa dessa divisão secular da santa e da puta, hoje em dia bem disfarçado de outras designações aligeiradas, mas que na essência continuam a ser as mesmas. Todas as mulheres uma vez na vida se depararam com a ideia e o conceito da "outra", a culpada e a perversa com quem o o marido ou o amante a trai...o que tem sido expresso de muitas formas como por exemplo nos diz esta citação de autora desconhecida:

"A existência destas mulheres " as outras " sempre vistas como fáceis, convincente, lascivas, perversas e, portanto, forçosamente insaciáveis, permite também construir, em espelho, a imagem da mulher branca ideal, recatada e casta, reduzida a uma sexualidade puramente reprodutiva."

A forma como a sociedade e os homens tratam a mulher ainda ou as duas mulheres e desde logo a mãe e a mulher, e logo de inicio,  desclassificando-a e anulando a sua vontade e voz própria, quer por preconceitos religiosos quer por preconceitos científicos ou sociais, o facto é que esses conceitos são algo inerente ao sistema e à educação dos homens e crianças - tratar os meninos e as meninas de forma hierárquica...valorizando tudo o que é masculino e desvalorizando tudo - isto durante séculos - o que é feminino é a causa imediata de tantos distúrbios e complexos que geram confusão identitária - tanto nos homens como nas mulheres vivendo de acordo com ideias extremadas que os separam e distanciam - e daí a procura e justificação filosófica e psicológica de géneros, novos "sexos", intermédios, subprodutos de uma sociedade doente onde nem homem nem mulher se encontram no seu potencial genuíno e em que ninguém sabe ao certo quem é quem e agora querem resolver psicoses e neuroses ou narcisismos, complexos anais e outros, seja o de Édipo ou de Electra, assim como tantos outros dramas de identidade sexual...com teorias e filosofias estapafúrdias.

Portanto parece-me absolutamente ultrapassado o sentido de feminismo a que estamos habituadas e que se não sairmos deste impasse com uma nova saída para cima e não para baixo...digo, sem nos nivelarmos ao nível dos sexos apenas...mas a níveis bem mais altos de compreensão e empenho que para mim é e continua a ser a Consciência Psicológica e transcendente do Ser Mulher em si.

O feminismo quer queiramos quer não, é sempre à partida a contrapartida do machismo...é uma oposição ao machismo dentro do machismo...vive em função e defesa dele de forma indirecta...e isso não nos trouxe nada de profundo nem de libertário no sentido da nossa essência nem da nossa alma ou identidade!

rlp

*in Mulheres livres Homens livres - Camile Paglia

COMO OS HOMENS VEEM AS MULHERES, MESMO OS QUE ESTÃO DO SEU LADO...

“Aquelas que não dão sinais de amor devem estar a escondê-lo, mantê-lo reservado. Ao invés, aquelas que querem dar amor não podem valer nada – senão iriam certamente escondê-lo como um tesouro”  - Arno Gruen, A Traição do Eu

Uma visão do mundo feminino típica de uma certa mentalidade masculina – o medo de ser enganado - e a divisão do mundo: "as santas como a minha mãe e as outras..." Acautela-te com as mulheres, deve ser o aviso. Se Arno Gruen está certo, é muito triste saber que os homens que assim pensam, descobrem tarde que estas mulheres, "as com ar de santas" podem não ter nada para dar.
Faz lembrar a fábula de Fredo “ A velha, a rapariga e o homem”, em que este era disputado pelas duas, que pretendiam parecer iguais a ele, na idade. Na sedução, acarinhavam-lhe os cabelos. O resultado repentino foi a calvície, porque a rapariga arrancou-lhe os cabelos brancos, e a velha, os pretos. Moral desta história: o cuidado com as mulheres nunca é pouco.

É possível que exista uma versão feminina, do mesmo - cuidado com os homens!

cristina simões



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