O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sexta-feira, maio 12, 2006

SÓCRATES E O MITO DA CAVERNA
OU O ALIBABÁ E OS 40 LADRÕES…



Os nossos ministros e deputados não andam por aí a pé nem de eléctrico. Os intelectuais, os escritores, professores, advogados, magistrados e médicos também têm carro ou motoristas e nunca põem um pé no asfalto, e os jornalistas também correm muito atarefados para os lugares de crime de carro…de modo que a realidade passa completamnte ao lado desta gente toda que é quem discute o estado da Nação… Enquanto que os indígenas, ou o que resta do mítico “povo”, esses andam de qualquer maneira como zombies e aos tombos, nos autocarros e combóios e ainda assim de carros a cair de podres…ou belos carros - uns roubados outros por pagar ou que pagam com o suar do seu rosto como bons cristãos que são…devotos das grandes e Novas Catedrais, os Bancos… Nesses Monstros do lucro o Governo não toca, mas vai reembolsar uma dívida às Finanças de uma pessoa que vive só de uma parca reforma…
As massas, essas estão cada vez mais massificadas e só raramente e mansamente protestam e fazem greves a mando dos sindicatos…
Blá, blá blá…
Somos cidadãos uns de 1ª outros de 3ª num País de maravilhas, dizem um jardim plantado à beira mar, o Pântano do Metro, ali no Cais das descobertas, onde os turistas apanham os eléctricos para ver a cidade, aí mesmo onde estão os sem abrigo com os suas caixas de papelão e o cheiro nauseabundo da urina enquanto os motoristas dos ministros de fato e gravata trocam impressões sobre futebol debaixo das arcadas ou limpam os grandes carros dos senhores doutores e deputados…

ENQUANTO ISSO O SOL BRILHA E AQUECE…

Depois há os ladrões, são mais de quarenta… chulos, rufias e fadistas, novos e velhos, bem vestidos ou disfarçados de turistas também, mesmo ao nosso lado, em grupo de cinco ou seis, apertam as vítimas e actuam mesmo na frente da nossa cara, sem qualquer pudor, desde o Cais de Sodré até ao Castelo, “em serviço” permanente à carreira 15 ou 28.
Eu conheço uma vintena, pelo menos, todos os dias os vejo em acção, mas a polícia quando se telefona, diz só os pode prender se os apanhar em flagrante, ocupada a fazer greves pelos seus direitos…também andam de carro…e fingem que nada vêem ou que nem conhecem os ladrões. Preocupam-se com as multas e os carros mal estacionados enquanto as pessoas são roubadas da forma mais ostensiva como num País de terceiro mundo… Só faltam as pistolas ou as facas que só aparecem de vez em quando, pela calada da noite.



P.S.
Voltarei à poesia e à mística logo que possivel...
RLP

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