O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

segunda-feira, maio 22, 2006

ONTEM 7 MIL PESSOAS MARCHARAM EM PORTUGAL CONTRA A FOME
E EM MAIS 100 CIDADES DO MUNDO...


Não veio na primeira página de nenhum dos diários.
Quem se importa com a fome dos outros? Quantas mulheres estariam nessa marcha? Eu nem tive conhecimento dela porque ninguém fala senão de futebol e dos craques...

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UMA MULHER COM VOZ...

Joana Amaral Dias
Psicóloga genecanhoto@gmail.com
in DN


"Com bolinha"

Portugal está cada vez mais parecido com o seu passado castiço.
(...)
Parece que há mais mulheres que vêem bola, logo é um "sector de mercado a explorar". As mulheres constituírem um sector de mercado a explorar não é propriamente uma novidade. Mas de certeza que continuam a existir muitos mais homens adeptos de bola e que, como em quase toda a publicidade,
mulheres a promoverem produtos para homens resulta. Podem ser carros, whisky ou ceroulas. A mulher lá está.
Os adeptos do futebol de certeza que gostaram de ver. Já no Europeu se notava como, mesmo em bancadas só com meia dúzia de mulheres, as câmaras as filmavam selectiva e insistentemente. Dava a ideia de que estavam muitas mulheres no estádio. Sobretudo, os homens que viam a bola em casa aplaudiam. O complemento certo para o espectáculo, a cerveja e os amendoins.
(...)
Como se não bastasse este dar bandeira, ainda houve a inauguração do Campo Pequeno, num cocktail de marialvismo e muito shopping. Torturam-se animais "just for fun" e porque é "muito típico". E há quem insista que a Igreja Católica não pode deixar de ter lugar no Protocolo de Estado. Para além do argumento histórico, evoca-se a justificação dos privilégios limitados da Igreja Católica em Portugal, quando comparados com outros países - da mesma forma que se pode dizer que a nossa tourada é muito mais branda e aceitável porque não é com touros de morte.

Entre mulheres que apoiam os "seus homens", nacionalismos de pacotilha, a tourada e o clero, Portugal engelha e retoma o seu passado. A tradição ainda é o que era.

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