MORRER É SÓ NÃO SER VISTO”
F.Pessoa
ó literatos
burgueses somos nós todos
ratos e gatos.
Mário Cesariny
Mário nós não somos todos burgueses
os gatos e os ratos que tu quiseres,
os literatos esses são franceses
e todos soletramos malmequeres.
Da vida do verbo intransitivo
não é burguês é ruim;
e eu nas nuvens vivo
nuvens! o que direi de mim?
Burguês é esse menino extraordinário
que nasce todos os anos em Belém
e a poesia se não diz isto Mário
é burguesa também.
Burguês é o carro funerário.
Os mortos são naturalmente comunistas.
Nós não somos burgueses Mário
o que somos todos é sebastianistas.
(...)
NATÁLIA CORREIA
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