O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quarta-feira, novembro 08, 2006

EM QUE PENSAM AS FÚRIAS?



RESPOSTA A DUAS LEITORAS...

Uma coisa é a Missão de Portugal e o acordar de uma consciência profunda, outra coisa é esta realidade que nos avassala...Se olharmos para o país e para o mundo e através dos mídea então só veremos a grande miséria e o caos, mas se olharmos para dentro de nós e apostarmos em crescer individualmente, recuperando uma integridade e uma liberdade que nos foi tirada, já estamos a fazer alguma coisa pela Terra Mãe.

Fora de nós é complicado mudar as coisas porque as mentalidades é que têm de mudar. Não aconteceu nas verdadeiras revoluções que praticamente em nada beneficiaram as mulheres (elas permaneceram divididas entre a santa e a prostituta, lutando entre si pela posse do macho ou do senhor!)ou muito relativamente. E a “revolução de Abril”, a dos cravos, não trouxe nada para as rosas...na verdade não mudou nada de essencial nem estrutural no nosso país, pois as desigualdades e a ignorância, o atrazo económico, a mediocridade, a mesquinhez tão popular, a intriga política - veja só a miséria dos partidos e os seus líderes - é quase a mesma (com a face exterior lavada pelas dívidas à Banca) e no entanto as leis apareçam escritas há décadas…

Há que denunciar o sistema patriarcal em si e não apenas os sistemas económicos e as suas injustiças, embora todos eles na verdade apenas sirvam o interesse da Economia e exclusivamente quem tem dinheiro. Mesmo que mudem “as moscas”… Não há sistemas alternativos para as mulheres dentro do patriarcado, ele não vai mudar sem que a mulher mude primeiro dentro de si mesma! Somos nós que temos de mudar e uma a uma paulatinamete dizer às outras mulheres como se passa dentro de nós, se a mudança for real, porque a mulher pode ter acesso a uma fonte de sabedoria inata e a uma força transformadora e aí sim talvez um dia a Consciência inata das mulheres tenha a força catalizadora para rebentar as grades invisíveis que a amarram e possam então equilibrar o eco-sistema do Planeta...

Toda esta subserviência que fala, miséria e injustiças é mais ou menos igual para a mulher no mundo inteiro, mas nós podemos, acredito, uma a uma modificar a nossa vida primeiro e depois a das outras mulheres, à medida que nos tornemos nós mesmas conscientes daquilo que somos intrinsecamente, lutando sim contra o preconceito e o medo, os tabus e a inércia, compreendendo tudo o que esteve em jogo na história da humanidade e do que nos foi tirado de valor e de liberdade pelos homens, mas principalmente pelas religiões ao longo dos séculos.

Penso e temo que lutar contra um sistema ou uma religião não nos sirva de nada...eles não mudam, sejam socialistas, comunistas ou fascistas...as mulheres sempre ficaram para trás. Eles não sabem nem podem mudar porque são fruto do seu sistema, e como estão “por cima” não querem perder esse direito milenar…
Quanto a mim, como digo atràs, só a consciência individual e a integração do verdadeiro feminino em cada mulher (e em cada homem) pode ajudar a libertar a mulher e salvar as crianças do predador.
Nós não temos voz e mesmo que falemos a sua língua - em assembleias ou partidos - eles não nos dão ouvidos. Só a união e a solidariedade das mulheres entre si podia mudar alguma coisa, mas vejam, as mulheres continuam desunidas e a lutar umas contra as outras para sobreviverem e serem aceites no sistema que em si é contra elas...
Quanto a Portugal perdeu a sua essência quando perdeu o respeito pela Mãe...Talvez desde o início...
RLP

Sem comentários: