“As possibilidades do dom na mulher ultrapassam muito o simples plano humano e quotidiano para tocar e comunicar o plano divino e eterno, fora do tempo mensurável. Para a mulher como para Deus, existe um tempo (e um espaço) que apenas se mede porque Ele é: sum qui Sum”
Valentin Bresle, Thesaurus Magiae
Rainha Maria stuart
COMO PENSA UMA FEMINISTA FRANCESA
(Escritora e advogada)
Eu estou completamente de acordo com o seu pensamento, mas fico sempre perplexa como as feministas nunca olham as questões essências e de fundo, relacionadas com o modelo patriarcal seja ele totalitário ou democrático. Cometo o mesmo erro ao espantar-me. O mundo é pensado e age-se APENAS no masculino – o que a mulher faz e diz é ridicularizado se não obedecer às regras do pensamento masculino! - e por isso a forma implícita e subreptícia que está por detrás da sistemática negação do feminino, enquanto metada da humanidade, é que vivemos uma humanidade dividida ao meio e em que a metade masculina domina sem sombra de dúvida desde há séculos. As mulheres deviam já saber que não é no plano ideológico e político que vão chegar ao patamar que lhes pertence porque este está ligado ao Princípio Feminino e à sua ontologia assim como à alquimia da alma e à dimensão do Sagrado, recusado pelas mulheres masculinas e materialistas, que só usam as suas faculdades cerebrais e mentais e não exercem o seu dom de percepção, a emoção e a intuição, nem a inteligência do coração, sem dúvida o seu maior trunfo.
VEJAMOS O QUE ELA ESCREVE:
“Ainda temos um sexo-garanhão (às vezes sou mesmo estupidamente lisonjeadora) que exprime o universal, e um outro-sexo, assimilado e, por conseguinte, negado. E a nossa Assembleia coxa, unissexo, continua a manquejar assim, a considerar-se a si mesma democrática e instituída para falar em nome das mulheres, em vez delas e no lugar delas. E mesmo que eles fossem capazes de representar os interesses das mulheres, desafio qualquer um a demonstrar-nos se as mulheres não seriam igualmente suceptíveis de defender o interesse de todos, incluíndo os dos homens! As mulheres não têm nem mais nem menos influência sobre o universal.
A paridade consiste em reflectir sobre a dualidade da humanidade na representação do domínio político. Paridade também significa que a Repúbica reconhece finalmente que tem filhos e filhas. E que as sua filhas são legítimas e dexaram de ser eternas bastardas. A República tem e acertar contas connosco. Cinquenta por cento das assembleias eleitas são nossas por direito, o que não é difícil de calcular.
(…)
A intenção de estabelecer uma cota para as mulheres equivale a encará-las como uma minoria. Por outro lado tenho dificuldade em compreender a lógica que faz corresponder 53 % da população a uma minoria. As mulheres não são nem uma minoria, nem uma comunidade, mas sim metade de qualquer comunidade e de qualquer minoria.
- À excepção das drag queens e das carmelitas…
- E dos hemofílicos e dos daltónicos, é verdade…Digamos que de qualquer comunidade ou minoria apta a reproduzir-se…
O que suscita uma certa confusão é que os mecanismos de exclusão, que funcionam para as minorias, sejam exactamente os mesmos que desde sempre se mostraram eficazes contra as mulheres: alienação, falta de auto-estiima, preconceitos, pressão ideológica, duplo sistema de valores, negação da opressão, violência física. Por conseguinta a tentação em usar os mesmos remédios é forte.
(…)
As mulheres devem ser metade de tudo. A metade do mundo: A paridade não é um simples cálculo proporcional: É uma ideia que pretende colocar finalmente as mulheres no lugar que merecem e que já devia ser delas desde que a França tem ambições democráticas: A paridade reconhecerá que o ser humano se declina em dois sexos igualmente legítimos, perante a representação simbólica constituida por uma Assembleia eleita.
(…)
In TODOS OS HOMENS SÃO IGUAIS…MESMO AS MULHERES
ISABELLE ALONSO
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