O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

terça-feira, novembro 21, 2006



Em redor da Lua os astros
Velam seu branco rosto quando plena
Inunda de resplendor a terra toda.

OH estrela da tarde,
dos astros todos o mais formoso...


SAFO - FRAGMENTOS

Safo nasceu na ilha de Lesbos, pelos meados do século VII a.C., tendo vivido quase sempre em Mitilene, capital da ilha, onde provavelmente morreu. Era de família aristocrática, e parece ter estado exilada na Sicília, por ter feito parte de uma conspiração contra o tirano Pítaco. A sua obra, que os alexandrinos distribuíram por nove livros, foi implacavelmente destruída pelos cristãos nos séculos IV e XI, sob acusação de imoral. Os seus poemas de amor dirigiam-se frontalmente a mulheres, não sendo a heterodoxia das suas pulsões eróticas ignorada pela época, pois Safo vivia rodeada de raparigas, numa espécie de comunidade, onde se cultivava a poesia, o canto e a dança, completamente vedada a homens, e que tinha Afrodite por deusa tutelar. Dos onze ou doze mil versos que lhe são atribuídos, chegaram até nós apenas uma ode completa – invocação a Afrodite – e cerca de duzentos fragmentos provenientes de citações de gramáticos, retóricos e outros autores antigos, e de papiros descobertos no Egipto, em anos recentes, muito mutilados, quase sempre de decifração penosa, e muita vez conjectural. (do tradutor)

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