O SORRISO DE PANDORA
“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja.
Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto.
Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado
Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “
In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam
quarta-feira, novembro 15, 2006
A COQUELUCHE DA BLOGOSFERA NACIONAL DIZ ASSIM:
E eu, claro, cada vez com menos pachorra para os esoterismos feministas. Porque já não há cú para tanta estupidez sobre a verdadeira natureza da mulher.
Um beijo enorme, Paulo, e obrigada pela página.
E também escreve assim:
Querido Blogue,
Se os gajos ficassem grávidos o aborto não estaria penalizado. Aliás, em cada cidade, aldeola, escola ou paroquia haveria um centro de distribuição de preservativos, uma clínica de apoio psiquiátrico a adolescentes abortadores, dezenas de maternidades queriduchas e bem cheirosas, um ginásio gratuito para parideiros com complexo de gordos e aconselhamento confidencial e eficaz a grávidos que pretendam dar as crias em adopção. Se fossem eles os que vomitassem e ficassem com os pés inchados, os nervos perdidos e as mamas a rebentar durante nove meses ninguém os obrigaria a trabalhar a partir da semana trinta de gestação, os cremes e os sutiãns custariam dez por cento do valor actual, as aulas de preparação pós-parto estariam subsidiadas pela Segurança Social e ninguém se sentaria nos sítios reservados dos transportes públicos. O Estado inauguraria creches impolutas cada semana, o horário de trabalho estaria condicionado ao bem estar familiar e os filhos não estariam entregues aos Morangos com Açúcar. E se os gajos precisassem de abortar nunca se colocariam questões morais, religiosas, intestinais ou políticas que os impedissem de o fazer, nem se falaria dos grávidos como vítimas ou de abortadores como criminais e muito menos se resolveria a legalização do aborto via referendo popular.
Mas somos nós as que engravidamos. E mais uma vez somos vistas como o objeto da compaixão masculina, tratadas como simples portadoras de uma vida que só a eles parece importar. Porque para eles se abortamos é porque somos umas psicopatas que estamos dispostas a arrancar um feto inútil das entranhas, ou então umas débeis sociais, umas taradas da modernidade, umas bestas sem sentimentos, umas cabras de perna aberta, umas coitadas que não sabem bem o que precisam. Para isso estão eles, para evitarem que nos portemos mal. Porque somos só mulheres.
por rititi @ Terça-feira, Outubro 17, 2006 - 11 comentários
Porque hay que tenerlos!
Imagem de luxe com legenda…
É ela que o diz e mostra que os tem e assim prova conhecer bem a “natureza da mulher” e por isso não precisar óbviamente de esoterismos…
e assim dito até os homens acham muita piada...
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