A linguagem avança mascarada...
"Neutralidade e má qualidade"
“Infelizmente, a distinção entre masculino e feminino não permitirá, em caso algum, acabar com o patriarcado, na medida em que o monstro teve tempo suficiente para criar raízes e prosperar na cultura, na economia, nos cérebros e nos sexos. Contudo, permitirá pelo menos descrever a realidade, dizer a verdade, legitimar a palavra das mulheres.
Neste país, existe um problema grave de mentalidade sexista, mas não se pode falar nisso, porque as palavras traem e prevertem a realidade.Porque a linguagem avança mascarada, porque a linguagem serve de folha de parra, e nunca este termo foi tão bem utilizado. Esta folha de parra é muito útil para a ordem estabelecida. Tal como já dissemos, os nossos académicos realçam, muito a propósito, que o francês contempla o caso neutro, contràriamente ao alemão ou ao inglês. Esta observação é muito subtil. No entanto, existem expressões que não permitem identificar o sexo do sujeito: são fórmulas neutras. É estranho que estas fórmulas não sirvam para descrever tudo o que se refere ao poder ou ao prestígio. Neste caso masculiniza-se ao máximo.Também não serve para descrever os grandes feitos das mulheres. Mas são sistemticamente utilizadas para dessimular os delitos dos homens. A língua é uma ferramenta ideológica, uma ferramente utilizada contra as mulheres como uma arma carregada, mas também para proteger os homens, os queridinhos do sistema.”(…)
Vale a pena ler o livro:
TODOS OS HOMENS SÃO IGUAIS…MESMO AS MUHERES
De Isabelle Alonso
(notícias ed.)
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