O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

domingo, novembro 05, 2006

DEDICADO: ÁS SACERDOTISAS DE LYS…

A Rosa que os romanos tinham pela Flor de Vénus, era o destintivo das prostitutas sagradas. Palavras proferidas “ao abrigo da rosa” (sub rosa) faziam parte dos mistérios sexuais de Vénus, não podiam ser revelados aos não iniciados (…)
Na grandiosa era da construção das Catedrais quando Maria era venerada como deusa nos seus “Palácios” de rainha do céu ou Notre Dame, ela era evocada como a Rosa, a Roseira a Grinalda das Rosas…a Rosa Mística.
Como um templo pagão, a catedral gótica representava o corpo da deusa, a qual era também o Universo contendo no seu interior a essência do masculino"(...)

In O SEGREDO DOS TEMPLÁRIOS


O termo de “prostituta sagrada” é sempre incorrecto.
“O termo escolhido pelos modernos tradutores, é aplicado à hierodulae, ou “mulher sagrada” do tempo da Deusa, que desempenhava um papel importante no dia - a – dia do mundo clássico.
As sacerdotisas de Deusa e os seus importantes encontros iam até ao periodo Neolítico (7000-3.500ª.C.), tempos em que Deus era honrado e amado no feminino em todas as regiões conhecidas hoje como a Europa e o Médio Oriente.*

Teimo em rearfirmar que o conceito de “prostituta sagrada” é um paradoxo no conceito que hoje temos de “prostituta”. A accepção que a Igreja deu à palavra, desgastada pelos séculos de contaminação moral e rejeição misógina da mulher e do sexo, fez da palavra aquilo que ela é hoje…mas o sentido que correspondia a este termo no tempo da Deusa não significava de todo o que a palavra para nós significa, que representa só e apenas a venda do corpo e do sexo das mulheres, por dinheiro e de forma abjecta e miserável quase sempre, como último recurso à subsistência.

O termo como já tenho referido na sua origem é impróprio e não corresponde à realidade da época. Antes do cristianismo e o seu culto do Deus Pai todo poderoso, persecutor e castrador de todas as formas de expressão da natureza viva e instintiva, nomeadamente da mulher, através do culto do sofrimento e da morte, o Culto da Terra-Mãe e da Natureza, assim como a Deusa e a sexualidade da mulher transformou-se naquilo que os exímios pensadores e “santos” (agostinhos e outros) da Igreja fizeram do amor, da natureza e da mulher: uma coisa abjecta reduzindo pelo ódio as mulheres a ínfima espécie e a natureza a detritos… esta é a nossa herança católica!


CONTUDO:
”No mundo antigo, a sexualidade era considerada sagrada, uma dádiva especial da deusa do amor, e as sacerdotisas que oficiavam nos templos da deusa do amor do Médio Oriente eram consideradas sagradas pelos cidadãos dos impérios grego e romano. Conhecidas como “mulheres consagradas”, eram tidas em grande estima como invocadoras do amor, do êxtase e da fertilidade da Deusa. Em alguns períodos da História Judaica, até faziam parte da adoração ritual no Templo de Jerusalém, se bem que alguns dos profetas de Javé deplorassem a influência da Grande Deusa, localmente chamada de “Ashera”.”**


A forma como as sacerdotisas do Templo da Deusa se entregavam ao amor era a mais alta niciação que o homem podia viver ao ser não só iniciado no conhecimento do amor erótico como conhecer em simultâneo a sua dimensão sagrada pelo êxtase na união com o divino. Sendo a mulher sua mediadora assim na Terra como no Templo e a grande iniciadora, dando-se, ela dava ao homem a maior revelação que o ser humano pode receber em vida: o Amor da Deusa.
Tal como o homem é trazido ao mundo pela Mulher Mãe, ele era iniciado aos mais altos mistérios - que é a união entre os dois lados de cada ser na união da Deusa e do Deus que nos habita - revelado assim pela mulher - amante - sacerdotisa e não a prostituta, em cerimónias secretas e sagradas e NÃO em actos de venda e promiscuidade para sobrevivência numa sociedade que marginaliza a mulher quando esta não segue as regras e as leis dos patriarcas do deserto…
O que o homem oferecia ao Templo ou à Deusa em forma de dinheiro, ouro ou o que qur que fosse, não significava comprar, mas retribuir a dádiva de forma simbólica e sagrada também.

RLP
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**In Maria Madalena e o Santo Graal
De MARGARET STARBIRD (Quetzal)

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