O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

domingo, janeiro 04, 2009

A LUZ QUE BRILHA...



«Mas vocês, crianças do espaço, vocês os inquietos em repouso,
vocês não sereis nem capturados nem domados.

Vossa casa não será uma âncora mas um mastro.

Ela não será um véu brilhante que cobre uma ferida, mas uma pálpebra que protege o olho.

Vocês não encolhem vossas asas para poderem atravessar as portas, nem baixareis vossas cabeças para que elas não toquem os tetos, nem temereis de respirar de medo que as paredes não se fendam e caíam.

Vocês não habitarão sepulturas construídas pelos mortos para os vivos.

Mesmo feita com magnificência e esplendor, vossa casa não saberá conter vosso segredo nem alojar vosso desejo.

Pois o que é infinito em vós habita o castelo do céu onde a porta é a bruma da manhã, e onde as janelas são os cânticos e os silêncios da noite.»


Khalil Gibran (« O profeta »)

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