O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

terça-feira, janeiro 06, 2009

OS DOIS LADOS DO SER...


AS respostas para mim própria
face a um mundo de violência e guerra.

Para mim não basta, ontem como hoje e foi evidente ao longo dos séculos, os seres humanos quererem paz e fazerem a guerra ou optarem pelo prazer e viverem em dor e sofrimento…
O problema está em saber em que medida o Ser Humano tem escolha e quem é que decide a vida dos povos e do indivíduo. É o indivíduo capaz de se desenvencilhar do condicionamento económico-social e psicológico e fazer um caminho solitário e até iniciático ou é ele completamente engolido pelo sistema e obedece consciente ou inconscientemente, programado que é para obedecer, a quem estabelece as leis e a ordem social?
O que representa a Ordem social? O cumprimento das regras e das leis, a obediência aos códigos e às instituições…
E como vive a sociedade organizada senão através de uma hierarquia, seja ela qual for, e portanto quer queiramos quer não, há sempre os quadros superiores e os outros inferiores…uns que trabalham e outros que usufruem … uns que mandam, outros que obedecem…
Obedecem à ordem dos patrões, dos políticos e dos chefes, à ordem do dinheiro, dos ordenados e dos Bancos, à ordem dos pagamentos a prazo, das condições de vida em geral a que está preso. Quem se livra do sistema?

Os artistas, os autistas, as prostitutas, os sem abrigo, os drogados, os marginais em suma…?
Os sistemas dos mais repressivos aos aparentemente mais tolerantes, dos regimes fascistas aos comunistas nunca deixaram de controlar as massas e através de uma “educação” ou seja: da máquina de controlo ideológico, através da informação ou principalmente da diversão, cinema, televisão, incluindo a “arte” tudo funciona ao serviço da Matriz de Controlo. Eles sempre manipularam as pessoas ao mais alto ou menor nível. Isto para não falar obviamente das religiões que formataram as pessoas desde a mais tenra idade e que são a “mão direita dos Estados”… Ás religiões devemos sem sombra de dúvida, os “conceitos básicos” (preconceitos e dogmas sobre a origem do Mundo, o deus e o diabo, os bons e os maus) as noções elementares de vida, que traduzidas para a realidade apenas geraram o medo e a culpa. Medo de deus e do diabo, da mulher e do sexo, culpa do prazer que passa a ser escondido e secreto e depois violento, pornográfico e criminoso com assassínios em série sobre as mulheres a sofrerem a violência doméstica ou obrigadas a se prostituírem quando não se protegem pela lei “sacra” ou ditatorial do marido, em vigor em quase todas as sociedades mais ou menos desenvolvidas ou em vias de evolução…como se diz nos manuais.
Que opção tem o ser humano individualmente de fugir à sua canga, à sua escravidão disfarçada de trabalhador? De se libertar e encontrar o sentido verdadeiro da vida e o valor da sua vida em si mesmo? E a que nível pode o indivíduo encontrar-se consigo mesmo? Que meios pode encontrar? Um processo intelectual, filosófico, muito conhecimento diverso ou um conhecimento secreto? Meditações, Yoga, Reiki? Um Mestre Vivo, um Guru, um Astrólogo, um santo? Ou um acordar interior, uma quase morte que o pôs em estado alterado, ou uma droga? Uma doença iniciática?...
Assim, de uma maneira ou outra, muitos acham que encontraram a saída e o caminho espiritual verdadeiro. Uns fazem apologia da castidade outros do prazer, outros da dor… mas o outro lado do que quer que sejam as suas “opções”, está sempre lá e ninguém se liberta dele sem uma consciência superior…um salto (quântico?) de consciência. Não adianta querer defender um lado da barricada e lutar por uma Justiça ou Verdade se a Consciência não estiver acima dessa dualidade humana.
Ninguém impede a guerra nem as vítimas nem a fome…nem ninguém se liberta da sua própria dualidade enquanto dentro de si mesmo essa guerra contra um dos lados não tiver cessado, seja ele o do bem ou do mal. Porque a guerra começa dentro de cada ser e sempre contra o outro lado da sua natureza e enquanto os pólos não estiverem integrados essa luta mantem-se. É dentro de cada pessoa, individualmente que essa luta se trava e o Sistema sabe-o muito bem e serve-se disso para manter o controlo. Tanto faz que estejamos do lado do bem como do mal; enquanto um desses dois lados estiver camuflado dentro de nós por ideias caridosas ou ideais de liberdade…não vamos a nenhum lado! Enquanto não olharmos a Sombra bem nos olhos a Luz não se nos revela…
A integração dos pólos opostos complementares não é conversa de alquimistas; o desenvolvimento harmonioso do ser não se faz através da mente nem do intelecto, nem através de pensamentos positivos. Por isso não são as ideologias ou as grandes ideias ou as grandes religiões que ditam a evolução interior do ser. E de nada servem se a pessoa humana não perceber primeiro a sua guerra interior, constante: razão contra o coração, sentimento contra pensamentos etc. Isso projecta-se no exterior. Pode-se dar como exemplo: o facto de quando uma pessoa está bem consigo mesma ela está bem com os outros, mas, se estiver mal consigo mesma está mal com os outros. Aliás o drama humano é não se compreender que projectamos sempre o mal para os outros e nos achamos a nós os bons e os fantásticos…e não vermos que somos todos potencialmente terroristas, somos todos potencialmente santos e ditadores ou libertadores…o padrão viciado do salvador do persecutor e da vítima coexiste em cada um de nós em maior ou menos grau… A persona ou o ego diz-nos que somos o santo…e ou outro o criminoso…
Então olhemos bem para nós e comecemos por perceber em que ponto nos encontramos nós próprios e que lado de nós alimentamos, se o lobo ou o cordeiro… mas sem esquecer que o verdadeiro Eu está no meio (ou acima?) a assistir à batalha ou se lhe dermos uma possibilidade talvez nos faça saltar para uma dimensão superior…
Não adianta esconder o nosso lobo e dizermo-nos cordeiros de deus…mais tarde ou mais cedo o lobo salta cá para fora e come o cordeiro…se não o amarmos igualmente e fizermos apenas dele o nosso bode expiatório…
Sim é preciso amar os nossos dois lados…
Até que a Sombra seja tão amada que se transforme em Luz…

Só o Amor verdadeiro, interior, o que nasce da Fonte ou da Sede do nosso coração inteligente nos pode dar paz e Paz ao Mundo…

rlp

3 comentários:

Anónimo disse...

Rosa,obrigada por tuas palavras que cairam como um bálsamo em minha alma sedenta de luz,e me fizeram repensar sobre o atual panorama de violência mundial que estamos vivenciando.
Abraços

Anónimo disse...

Pois é Anna.

eu também caio no desespero por vezes e isso serve só os intuitos da matriz de controlo. Desde que estejamos contra estamos debaixo das energias negativas seja em nome do bem seja do mal e isto é muito difícil de entender. as coisas já não se passam ao nível dos conceitos e das ideias, mas das energias que emitimos, da luz e da paz que irradiamos. Não podemos alimentar a guerra e o ódio contra um dos lados. è isso que esta guerra entre esrael e palestina nos mostra...uma guerra tão velha como a nossa história. em nome da fé e de um deus de cada lado da faixa...da gaza ou india e paquistão, entre partidos entre irmãos...
A Paz está dentro de nós,se soubermos silenciar a mente e meditar na vida na sua essência na luz que nos ilumina. Essa pode ser a nossa escolha se descobrirmos um meio...

um abraço

rleonor

Anónimo disse...

Obrigado mais uma vez Rosa;tomando partido,eu me surpreendi ao contrariar meus princípios interiores em favor de um mundo de paz;com ódio,revolta,senti na pele o sofrimento alheio,e assim caí nas armadilhas das forças que nos controlam.
Silenciar a mente,e abraçarmos a Terra numa grande rede de LUZ...

PAZ e LUZ para todos nós