O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sábado, janeiro 24, 2009

QUEM SOMOS NÓS?


A maior parte dos problemas que temos derivam da falta de sinceridade e de verdade entre as pessoas. Normalmente as doenças mais graves são de origem psicossomática…Há uma inadequação entre aquilo que somos verdadeiramente no fundo de nós mesmos e a imagem que de nós queremos passar aos outros, e isto é especialmente verdade quanto às mulheres por elas estarem sujeitas a uma grande repressão da sua verdadeira natureza instintiva e intuitiva e daí de facto sofrerem mais de doenças degenerativas; mas é igualmente verdade para os homens embora estes não sofram tanto dessa pressão pois à partida estão mais confiantes por serem machos e acabam por ter mais confiança no seu poder…
Por isso sinto ser um imperativo maior obedecer aos impulsos do nosso coração na busca de uma sinceridade e confiança no que somos a fim de franquear as barreiras comuns do medo e dos complexos de superioridade ou de inferioridade que todos temos baseados no medo de não se ser amado, ou de não se ser aceite pelo que realmente somos e consequentemente de não se poder confiar ao próximo a nossa verdade…


O maior sofrimento do ser humano advém do facto de querer mostrar ou provar ser uma coisa que não é…
Isso acontece quando queremos corresponder às expectativas que foram geradas e projectadas pelos nossos progenitores ou pelos namorados, amantes ou maridos etc. É essa sisão em nós (sobretudo em nós mulheres na divisão das duas mulheres) que provoca a curto ou longo prazo toda a espécie de distúrbios a nível emocional e psicológico e é ainda devido a esse stress enorme e luta interior contínua, entre o que se é e o que se quer ser, digo aparentar, na maior parte das vezes de forma inconsciente, que acabamos vítimas de doenças e depressões graves…

Devíamos por isso confiar MAIS no nosso coração, no ser e não no parecer, na nossa inteligência não racional, o nosso lado intuitivo, o lado feminino do ser… devíamos deixar de ceder à essa carga infernal dos meios de comunicação e consumo e de entretenimento que nos exigem uma imagem e nos escravisa ao sistema.
A pior poluição que afecta a Humanidade é a poluição mental.
A sociedade marcha nesse ritmo acelerado para o seu fim numa cadeia cada vez maior em produzir-consumir e morrer, impelida pelos meios de propaganda e da publicidade que nos faz consumir tudo para compensar todos esses medos e complexos…assim torna-se imperiosa a necessidade de uma compensação material para se ser alguém: ter a casa fantástica, o carro de marca, a roupa de estilo e o culminar no corpo ideal, mutilado e transformado até à castração (o mudar de sexo), para responder a uma imagem ou a um padrão de consumo obrigatório…
Se olharmos para as auto-estradas cheias de carros e formos a um Super-Mercado ao fim de semana, todos sentimos a asfixia e o peso da loucura a que todos nós chegámos…Foi o que acabei de fazer e sinto-me completamente agoniada energeticamente esgotada.
Basta de seguir a manada como os carneiros, empurrados para abismo!
Por mim, ao contrário de muita gente, esta crise é benéfica e espero que ajude a parar a alienação global e ajude a parar a máquina infernal do consumo no mundo inteiro.
rlp

2 comentários:

MOLOI LORASAI disse...

RLP tem um nível bom de sinceridade, o que não acontece com outros que ela cita neste blog.
este é o paradoxo; ou não é um paradoxo, apenas uma necessidade de estar na sociedade.

Anónimo disse...

...uma necessidade de abranger outros e mais diversificados...
O saber é como a matemática...há pressupostos que são dados como certos e que depois deixam de o ser...assim as verdades de cada um. As pessoas estão a níveis de consciência muito diferentes umas das outras e meu amigo, já sabe a máxima: "o que é veneno par uns é remédio apra outros" e vice-versa. parto desse princípio sem querer estar sempre do lado certo. Mas quanto à sinceridade exijo-a sempre à partida...
Um abraço
e obrigada pela sua sinceridade!
rleonor