QUAL A LIBERDADE DAS MULHERES?
Primeiro as mulheres quiserem agradar desesperadamente aos homens (as donas de casa desesperadas da série americana) e de todas as maneiras, agora querem ser como eles de todas as formas e a qualquer preço...Cada dia mais a mulher é menos Mulher...e mais igual ao homem...só mantem uma aparência "feminina" - digo, de travesti (o espelho) - de acordo com a moda dos estilistas gays...que a representam ou esquelética e maria-rapaz...sem seios nem barriga ou quadris, e, embora neste momento as coisas pareçam estar a inverter-se nas passerelles, já desfilam mulheres mais cheias e de seios nus ou praticamente nuas… Mas não há nada que toque alma nem a psique, nem a Natureza instintiva da Mulher, da mulher primordial! A mulher no geral é um mero objecto de prazer visual ou sexual - ou então objecto de reprodução ou barriga de aluguer…
Mas há também mulheres corajosas que escapam a estes estereótipos e que se aventuram no resgate da sua essência e feminitude...porque o feminismo em geral...é só de e sobre as questões materiais de "direitos e igualdades", nada de essências...nada de interioridade, nada sobre uma mulher integral, uma mulher plena e não essa mulher dividida nestes estereótipos que a perseguem em todo o lado…
É certo que eu aqui e em geral não abono muito a "favor" dos homens…, não que eu sofra de misandria, mas paciência, não vem aqui para o caso. Este Blog trata apenas de mulheres e é escrito para mulheres...Porém sei que há mulheres que me leem que se podem ressentir disso, mas eu não só não confio de toda a vida em nenhum homem do lado da mulher, como tenho todos os exemplos como maus, mesmo apesar dos meus irmãos e amigos, que sempre gostei, e dos homens que amei, sei que nenhum homem no fundo deixa de ter esse sentimento de posse e do uso da mulher a seu belo prazer...e simultaneamente uma espécie de raiva que facilmente se transforma em ódio em desprezo e agressão a curto ou longo prazo e falo dos maridos...dos amantes etc..
Sei também que esta cena recente (de há uma ou duas décadas) de as mulheres começarem a abordar e ao trabalharem o "Feminino Sagrado" incluírem na roda e no circulo os homens, aceitando muitas vezes a sua tutela, é porque não conseguem ir mais fundo em si mesmas nem criar a sua independência do macho. Sim, mesmo dentro destes círculos elas são incapazes de ir ao mais fundo de si mesmas e terem a maturidade de se olharem ao espelho umas das outras e lidarem com os seus fardos e feridas, culpas e medos, revoltas, dores e complexos e assim, continuam a buscar o consolo junto dos homens que se impõem e ficam a espera de protecção. O velho romantismo ainda impera. O circulo fica assim mais uma vez preso ao domínio dos homens e na submissão das mulheres; é isto que as mulheres fazem antes de se encontrarem como mulheres e indivíduos; em vez de se buscarem a si mesmas nessa natureza instintiva como mulheres, vão em busca do dito "masculino sagrado", em busca afinal de parceiros, futuros pais dos seus filhos etc.. O facto é que a matriz de controlo patriarcal é de fundo a mesma e os padrões mãe-amante-filha fica no mesmo quadrado...e podem à vontade papaguear o nome da Mãe e da Deusa mas quem comanda é ainda o homem o Pai e o avozinho também…
O que se manifesta neste círculos viciosos diria, é a continuação do domínio patriarcal e a vontade secular e sexual do homem sobre a mulher, seja o padre e a sua moral (antigamente) seja o instrutor da new age, que seguem cegamente.
Dessa maneira a mulher continua a fugir do seu poder interior evitando enfrentar os seus abismos e medos e solidão para se refugiar no amor do homem, na busca do homem ideal, seja a que nível for, sexual, místico ou espiritual. Nestes contextos as mulheres assumem automaticamente a sua função de mães e amantes, seja como as cristãs seja na versão pagã, sempre no papel de nutridora na maternidade ou na sedução-submissão, como a amante sexual e não conseguem passar dai sem sequer nunca perceber a sua cisão interior nem o seu conflito psicológico, a sua divisão interior entre a santa e a puta que gera o antagonismo umas com as outras.
Estar só com mulheres e passar todo o processo de autoconsciência e cair em si é muito doloroso e exige muito trabalho interior da parte da mulher, e eu vejo sobretudo as mulheres mais novas, como fogem a esse processo e se procuram enganar a si mesmas nestes círculos que deviam ser só de mulheres. Círculos onde as mulheres se encontram a si mesmas e trabalham entre si espelhando-se nas diferentes mulheres a integrar e a compreender o seu outro lado, a sua sombra como objectivo principal. Isto não nega nem impede que a mulher madura, a mulher inteira, não seja mãe e amante mas precisa de estar consciente de quem é antes de tudo, como ser humano independente e um individuo integral e manter essa sua integridade nas diferentes situações da sua vida. Ao longo dos anos e em quase todas as situações que vivi sempre que a mulher está diante de um homem, não consciente de si ainda, o padrão dominador-predador é activado e vejo as mulheres renderem-se muito subtilmente e a anularem-se mais uma vez, renegando a sua natureza selvagem e intrínseca...e esse é o grande perigo dos círculos mistos...ou místicos...onde o homem volta a reinar e não a mulher.
rosa leonor pedro
Para ilustrar o que digo deixo-vos um texto da autora do livro A deusa do Jardim das Hespérides publicado no seu Blog A deusa no Coração da Mulher
Não querendo ser sexista, nem ofender ninguém (isto não é nada de pessoal), só dizer que a proposta destes tempos saturados de androcracia é precisamente para desaprendermos toda a programação masculina que recebemos até aqui e aprendermos nós, por nós mesmas e/ou umas com as outras, a sermos Mulheres. Seria aliás decente pensar que o mesmo estariam os homens a fazer uns com os outros (mas aqui desconfio que na sua grande maioria eles continuam a achar-se os perfeitos “reis da criação”, valha-nos a Deusa…). Quanto a mim, essa seria mesmo a melhor maneira de servirem a Deusa e o Sagrado Feminino (e Masculino!) nestes tempos e cultura em que se morre à míngua dum Homem que realmente o saiba ser e que tenha uma ideia justa do seu lugar na relação entre os sexos. E que a Deusa nos abençoe a tod@s.
Luiza Frazão
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